Vice-prefeito de Mogi das Cruzes fala sobre o trabalho de monitoramento ambiental com o uso de drones pela polícia para evitar invasões e desmatamento.

Juliano Abe, advogado pós-graduado em Direito Ambiental pela USP, é vice-prefeito de Mogi das Cruzes (SP) pelo PSD

 

 

Com 731 quilômetros quadrados de extensão territorial e os mais significativos fragmentos de Mata Atlântica da região metropolitana, Mogi ganha o poder da tecnologia na complicada tarefa de monitoramento ambiental. Desde 31 de janeiro, está autorizado o uso de drones para fiscalização pela Polícia Ambiental paulista.

O tamanho da área e o volume de agressões tornam a vigilância lenta e ineficaz. São poucos policiais e recursos insuficientes, o que facilita a proliferação de ilegalidades, dos danos ambientais e da impunidade. Há repetidos casos de devastação causada por construções em áreas protegidas, especulação imobiliária, caça de animais – até do nosso sagui-da-serra-escuro, ameaçado de extinção –, queimadas e todo tipo de agressão ambiental.

A utilização de drones permite a medição de áreas de desmatamento, fiscalização de queimadas e caça, além de patrulhamento contra pesca predatória. O equipamento chega a percorrer 90 quilômetros por hora a uma altura de 500 metros de quem o opera. A tecnologia minimiza a necessidade de acesso físico aos pontos monitorados, possibilitando mapear cursos d’água, matas e estradas fechadas.

O drone tem baixo custo de aquisição e manutenção, além de operação simples. Em estados onde a utilização do equipamento já começou, os operadores são agentes que praticavam aeromodelismo. Essa tecnologia proporciona efetividade até por ser um aparato discreto. Quando os transgressores percebem a aeronave não tripulada, os atos ilegais já foram fotografados e filmados.

A expectativa é que o governo paulista autorize o uso de drones pelas demais áreas da polícia. Também seria de grande valia, por exemplo, no combate a incêndios e até para coibir os tão corriqueiros roubos de carga, entre outros crimes. Vou além. Penso que precisamos regulamentar o uso dessa tecnologia nas áreas urbanas com alta densidade demográfica. Sorria para os drones!