Enquanto o extremismo alimentar o extremismo a juventude vai continuar condenada à apatia política, ou pior, à indiferença, escreve o coordenador do PSD Jovem no Estado de São Paulo.

 

 

 

Rafael Auad, graduando de Engenharia de Minas de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da USP e coordenador do PSD Jovem no Estado de São Paulo

 

Há algo de errado no debate entre o MBL (Movimento Brasil Livre) e a UJS (União da Juventude Socialista) que aconteceu nessa segunda-feira (18), na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), e que até hoje tem repercutido nas redes sociais!

E não, o errado não foi o debate ter acontecido…

O equívoco está na simplificação das coisas! No assumir de que a juventude, ao se deparar com as duas visões apresentadas no debate, só tem esses dois caminhos a seguir!

De um lado, o histórico movimento jovem de uma escancarada esquerda, a UJS, que apesar de ter tido sua importância história na luta pela retomada da democracia no País, e de ter trazido para a contemporaneidade suas pautas e sua agenda, adaptando o discurso ideológico às lutas do dia a dia, ainda carrega consigo o ranço da necessidade de um aparelho estatal inchado, que tem sido paulatinamente superado pela recente mentalidade brasileira.

De outro, o contemporâneo movimento jovem de uma escancarada direita, o MBL, que apesar de ter tido um papel fundamental no impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e de terem consigo uma narrativa entre Estado e Mercado que seja mais aplicável ao século XXI, tem adotado discursos cada vez mais conservadores na ótica social, adquirindo um ranço que também tem sido paulatinamente superado pela recente mentalidade brasileira.

O debate acalorado entre tão distintas visões de mundo, por óbvio, arranca aplausos e vaias e outras tantas intensas manifestações de uma plateia que faz questão de tomar lado em um País cada vez mais politicamente dividido, e faz muito barulho quanto a isso.

O que não se houve, entretanto, é a massa silenciosa – de jovens principalmente – que sabe que intensificar essa polarização e essa dureza nos discursos não é o que vai fazer o País voltar a crescer, não é o que vai gerar empregos, não é o que vai trazer acesso à saúde e à educação, e, principalmente, não é o que vai nos permitir construir um Brasil competitivo e vitorioso.

Para essa massa silenciosa, se confrontar com esses dois (e apenas esses dois!) projetos de País é a certeza da apatia, correndo-se o sério risco de se cair na indiferença – o pior dos estados de espírito da política!

Não podemos permitir que o extremismo na política se sobressaia como o único caminho possível de alternativas para os jovens e para o Brasil. Existem, sim, muitos outros caminhos em meio a esses, que tem que ser expostos, debatidos, e que sei que sairiam vitoriosos em meio à essa disputa dicotômica.

E não, não estou falando sobre pousar em cima de um muro (como costumam fazer algumas aves famosas da política brasileira). Falo especificamente sobre um projeto que seja pragmático, centrado e que saiba conciliar a agenda necessária de liberdade do mercado, com as liberdades individuais de um mundo cada vez mais diverso.

É preciso que impere a razoabilidade! Principalmente na boca daqueles que se propõe a ser a voz dos jovens que querem mudar a nação.

Porque enquanto o extremismo alimentar o extremismo (e se alimentar a ideia que só se tem UJS e MBL no mundo), a juventude vai continuar condenada à apatia política, ou pior, à indiferença.