Publicitária e psicanalista Páscoa Silva falou durante mais de duas horas para um grupo de 45 mulheres do núcleo feminino do partido, a maior parte novata em disputa eleitoral

Páscoa Silva: “É preciso saber como e quando falar, quando calar, como se comportar diante do público e até mesmo como se vestir”

 

O PSD Mulher reuniu nesta quarta-feira (18), em São Paulo, 45 de suas filiadas para um workshop que tratou da campanha eleitoral deste ano. A publicitária e psicanalista Páscoa Silva, especialista em gestão de pessoas, falou durante mais de duas horas sobre o uso da inteligência emocional nas relações interpessoais.

“Aqui no PSD Mulher, aquelas que não vão disputar as eleições de outubro ajudarão quem disputará, por isso reunimos companheiras que são pré-candidatas e também as que estão dispostas a entrar na campanha para dar suporte”, diz a coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, vice-prefeita de São Paulo entre 2009 e 2012. “A maior parte das pré-candidatas passará pela primeira experiência eleitoral da vida, por isso entendemos que é importante discutir com elas questões que são muito relevantes em uma campanha”, diz ela. “Mulheres enfrentam muito desestímulo para entrar na política, mesmo dentro da família, e é preciso ajudá-las a enfrentar isto”, enfatiza.

Para Páscoa Silva, a campanha eleitoral exige que as candidatas atentem não apenas à legislação que regula todo o processo, mas também à forma de abordar o eleitor para expor as suas bandeiras. “É importante aplicar a inteligência emocional em favor das suas causas, do conteúdo que quer transmitir ao eleitor”, diz ela. Inteligência emocional, de acordo com o conceito mais comum, é a capacidade da pessoa de reconhecer e avaliar os seus sentimentos e os dos outros e entender como lidar com eles. “É preciso saber como e quando falar, quando calar, como se comportar diante do público e até mesmo como se vestir”, diz Páscoa.

Para Páscoa Silva, a campanha eleitoral exige que as candidatas atentem à forma de abordar o eleitor para expor as suas bandeiras.

 

Segundo a psicanalista, ela própria pré-candidata a deputada estadual pelo PSD em São Paulo, o workshop foi uma experiência de troca única. “Passei os conceitos importantes a elas, mas conhecer um pouco da história dessas mulheres foi muito enriquecedor. Elas precisam de toda ajuda que pudermos dar para alcançarem seus objetivos”, avalia.

Para Daniela Marchi, primeira-dama de Itupeva, no interior paulista, e uma das participantes do encontro, um dos tópicos mais importantes foi a discussão da questão do autocontrole no exercício da atividade política. Ela destaca que, em função do preconceito, as mulheres ainda enfrentam mais resistências e questionamentos que os homens, o que pode causar insegurança. “A estabilidade faz com que a mulher possa ter mais força, vontade e coragem de chegar onde ela quer. Isso é muito valioso. A gente tem que ter controle emocional, sem perder a sensibilidade”, afirma Daniela.

Outra participante que elogiou a abordagem da palestrante foi Mônica Cattani, secretária do Diretório Municipal do PSD em Mairinque, município da Região Metropolitana de Sorocaba. “A palestra foi enriquecedora não só para a nossa vida pessoal como para a profissional. Foram vários pontos que, no dia a dia, a gente não analisa”.

A estilista Aurea Rodrigues Madeira conta que aprendeu bastante e gostou, principalmente, do trecho sobre a importância de ouvir as pessoas. “Dar espaço para o outro é importante. Devemos ouvir mais e falar menos”.

Na opinião da consultora de seguros Miriam Souza, “a palestra mostrou que as mulheres devem ter atitudes positivas para que o ambiente político mude e seja mais generoso, funcional e qualitativo”.

A boa repercussão do workshop levará Alda Marco Antônio a estimular a realização deste tipo de evento em outras regiões do País. “Hoje o PSD Mulher tem núcleos instalados em todos os Estados brasileiros”, diz ela. “Vamos sugerir que façam programas de treinamento iguais a este porque nossas pré-candidatas vão precisar de ajuda. Quem nunca disputou uma eleição não sabe a maneira adequada de fazer as coisas”.