Reportagem da TV Globo mostra que estudantes estão levando lanche de casa após suspensão do fornecimento de refeições pela empresa contratada pela Prefeitura paulistana

Alunos de 103 escolas municipais da zona Norte da cidade de São Paulo estão tendo que levar a merenda de casa. De acordo com a Prefeitura, a empresa responsável pelo fornecimento da alimentação rompeu, sem aviso prévio, o contrato no início de abril. Em reportagem exibida pelo telejornal SPTV, da TV Globo, somente na EMEF João Domingues Sampaio, 760 alunos ficaram sem as duas refeições diárias que recebiam na escola.

Clique e assista a reportagem do SPTV 

Ao serem notificados, muitos pais decidiram deixar as crianças em casa. Em alguns casos, a solução para os estudantes foi levar o lanche de casa. “Hoje tenho condições de mandar um lanche para meu filho. E quem não tem? Aí a criança vem para a escola e fica com fome? ”, questionou Beatriz Mathias, mãe de um aluno.

A Secretaria Municipal de Educação disse que todas as escolas estão funcionando normalmente e que orientou os diretores a usar o dinheiro de reserva para garantir a comida das crianças enquanto for possível. A pasta afirmou ainda que irá contratar de forma emergencial uma empresa para fornecer a merenda e promete solucionar.

Em 2012, eram servidas, todos os dias, 1,8 milhão de refeições para os alunos da rede municipal

Em 2012, eram servidas, todos os dias, 1,8 milhão de refeições para os alunos da rede municipal

Reorganização

Para evitar problemas com o fornecimento de merenda, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, atual ministro das Cidades, houve uma reorganização da logística, armazenagem e transporte dos produtos comprados, com a consequente redução dos custos, que chegou a 50% em alguns meses, e exigência de laudo para o recebimento de todos os produtos. Já na merenda terceirizada, houve reorganização da gestão dos contratos e aumento do controle sobre o número de refeições servidas.

Com a ampliação da concorrência, os resultados da nova licitação também mostraram a boa aplicação dos recursos públicos. Os preços médios das refeições, com a estimativa anual, ficaram 22% abaixo dos contratos anteriores. Em relação aos preços pesquisados e indicados pela FIPE para o pregão, o desconto chegou a 39%, demonstrando os benefícios da ampliação da concorrência. Os resultados representaram uma economia de R$ 100 milhões anuais aos cofres públicos.

O Programa de Alimentação Escolar foi avaliado semestralmente pelas próprias escolas. Na avaliação referente ao primeiro semestre de 2012, a qualidade dos produtos que integram os cardápios foi considerada boa ou ótima por mais de 85% dos respondentes.​