Algumas escolas da zona Sul dispensaram alunos por falta de abastecimento.

Folha de S. Paulo

Os problemas no fornecimento de água vividos por moradores na Grande São Paulo nos últimos dias têm afetado até escolas.

Na segunda-feira, segundo pais ouvidos pela Folha, os alunos da escola estadual Professor José Hermenegildo Leoni, no Cupecê, foram orientados a só ir à escola se não tivessem com quem ficar.

O bairro da zona sul da cidade ficou dois dias sem abastecimento. Segundo a Sabesp (companhia de saneamento), houve rompimento de uma adutora na região.

Sem saber se as aulas seriam retomadas na terça, Patrícia Silva, 34, deixou os dois filhos em casa. “Na minha casa não tinha uma única gota, eu tive que comprar galão [de água mineral]”, conta.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação negou que tenha havido interrupção das atividades na instituição.

Em uma escola particular na avenida Cupecê, a direção confirmou que alunos foram dispensados anteontem.

“Conseguimos segurar [no primeiro dia] com a caixa d’água, mas no segundo tive que dispensar”, afirma a diretora Nilsa Rodrigues, 39.

Em outras regiões da cidade, moradores reclamam da falta de água na madrugada. O administrador Augusto Brito, 47, diz que o abastecimento é interrompido ainda às 21h -e volta apenas às 6h.

“Se não tomar banho até às 20h, ficamos sem banho. Já ligamos para a Sabesp e eles dizem que não é racionamento, e sim algum tipo de remanejamento. Tenho inúmeros protocolos aqui e nada foi resolvido”, relata.

No Butantã, na zona oeste, moradores de duas ruas também reclamam da falta de água na madrugada.

A Sabesp informou que “eventuais momentos de intermitência” no sistema ocorrem devido ao processo de transferência de vazões dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para alguns bairros atendidos pelo Cantareira.