Em reunião com representante do Alto Comissariado das Nações Unidas, vice-prefeito Juliano Abe (PSD) tratou sobre projetos de geração de renda e inclusão de sírios, egípcios e palestinos no município

O vice-prefeito Juliano Abe durante a reunião: Atualmente, a Prefeitura estima que residam no município cerca de 300 refugiados — dos quais 70 são crianças.

 

 

Para conversar sobre o crescimento do número de refugiados sírios, egípcios e palestinos em Mogi das Cruzes, o vice-prefeito Juliano Abe (PSD) reuniu-se nesta semana com a representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Isabela Mazão. O encontro teve a participação de secretários municipais e representantes dessas comunidades.

Atualmente, a Prefeitura estima que residam no município cerca de 300 refugiados — dos quais 70 são crianças. Os estrangeiros são atraídos, principalmente, pela existência da Sociedade Beneficente Islâmica de Mogi das Cruzes e pela história de solidariedade da cidade que, em 2007, recebeu 12 famílias palestinas.

Entre os principais problemas enfrentados pelos refugiados estão a falta de domínio do idioma português e a geração de renda. “Fomos procurados por conta da demanda crescente de refugiados em nossa cidade e fizemos contato com a ONU em busca de informações sobre quais tipos de apoio podemos conseguir”, explicou o vice-prefeito.

O encontro foi acompanhado pelo ex-vereador Nabil Safiti, que atuou como intérprete, e a presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Refúgio Brasil, Fayza Daoud, que presta apoio aos estrangeiros em Mogi. A reunião contou ainda com os secretários municipais de Assistência Social, Neusa Marialva, e Agricultura, Renato Abdo.

O grupo conheceu o perfil dos estrangeiros presentes, entre eles um engenheiro civil, um administrador de empresas com especialização em Hotelaria e Finanças, uma professora de Literatura Inglesa e um professor de Literatura Árabe, além de um comerciante palestino já estabelecido na cidade.

A representante da Acnur explicou que o órgão das Nações Unidas viabiliza projetos em parceria com organizações não-governamentais. “A princípio, não temos uma parceira em Mogi das Cruzes, mas podemos oferecer auxílio por meio de entidades que atuam em São Paulo. Um dos projetos que podemos disponibilizar é a revalidação de diplomas, em função do alto nível educacional e da experiência existente entre os sírios, com assessoria jurídica e apoio para o pagamento das taxas exigidas”, informou Isabela. Segundo ela, apesar de demorado, o processo de revalidação de diplomas pode garantir melhores colocações profissionais aos refugiados.

Comércio

Paralelamente, a Secretaria de Agricultura analisa a possibilidade de habilitar a ONG Refúgio Brasil para a liberação de um espaço para o comércio de alimentos típicos em algumas das feiras livres do município. A Secretaria de Assistência Social deverá preparar o cadastramento do grupo. “A ideia é melhorar o processo de reinserção destas famílias, com todo acompanhamento necessário”, afirmou o vice-prefeito Juliano Abe.