Em Iperó, perto de Sorocaba, o presidente Temer e o ministro Gilberto Kassab lançam pedra fundamental de obra que tornará o país autossuficiente em radioisótopos, usados no tratamento de doenças como câncer

 

De acordo com o ministro Gilberto Kassab, a construção do reator significa um importante passo no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil

 

Ao lado do presidente Michel Temer, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, participou na manhã desta sexta-feira (8) da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro, no Centro Experimental de Aramar, em Iperó, na Região Metropolitana de Sorocaba. Na cerimônia, foi também realizado o acionamento remoto do Labgene – um protótipo, em terra, da planta nuclear do futuro submarino com propulsão nuclear brasileiro.

O presidente Temer destacou que a construção do primeiro reator nuclear brasileiro será importante para acabar com a dependência externa e atender pacientes com doenças graves que não têm acesso à medicina nuclear. Serão investidos R$ 750 milhões na obra, que possibilitará a fabricação de radiofármacos a preço de custo para o Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o ministro Gilberto Kassab, a construção do reator significa um importante passo no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Sobre os investimentos na obra, Kassab lembrou que “são recursos expressivos, que possibilitarão avançar muito em pesquisa nuclear e na produção de insumos para a saúde. O valor desse projeto representa tudo isso e, certamente, é fundamental para o país”, disse.

Para o presidente Michel Temer, o reator multipropósito eleva o patamar da ciência brasileira. “Vemos uma síntese de visão de longo prazo, de perseverança, de talento científico, de compromisso com o país. Com o reator, vamos produzir, nós mesmos, o material para o Sistema Único de Saúde a preços, naturalmente, mais baixos e tornando as terapias muito mais acessíveis. Vamos aumentar os atendimentos e levar esperança para quem está doente e precisa de ajuda.”

O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) tornará o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos – insumo fundamental para a fabricação de rádiofármacos, de grande importância para o tratamento de doenças em diversas áreas da Medicina, como a cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia. O Labgene – parte essencial do Programa Nuclear da Marinha (PNM) – é o protótipo, em terra, da planta nuclear do futuro submarino com propulsão nuclear brasileiro.

Sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear, autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o Complexo do Reator Multipropósito Brasileiro será erguido em Iperó, em uma área de 2,04 milhões de metros quadrados. A estrutura terá, além do reator nuclear de pesquisa, toda uma infraestrutura de laboratórios para realizar um conjunto de atividades. Os principais laboratórios associados são de processamento e manuseio de radioisótopos, de feixe de nêutrons, de análise pós-irradiação e de radioquímica e análise por ativação, além de instalações de apoio para pesquisadores.

O empreendimento RMB, da forma concebida, será o catalisador para um grande centro de pesquisa nacional de aplicação de radiação para benefício da sociedade. O reator será capaz de produzir os radioisótopos que o Brasil precisa, e que hoje são importados, reduzindo os riscos de desabastecimento e diminuindo os custos para a produção dos radiofármacos, o que permitirá maior volume de exames e tratamento de doenças, em especial de diferentes tipos de câncer. Isso significará melhores condições para o investimento na área médica, com a consequente ampliação do atendimento em medicina nuclear, para um maior contingente populacional.