Reduzida, Operação Delegada vai fiscalizar artesãos


Com efetivo 72% menor, PMs vão fiscalizar vendedores ambulantes sem licença que se passam por artesãos nas calçadas da cidade. Coronel Camilo considera número pequeno para o centro expandido.

23/05/2016

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A Prefeitura de São Paulo vai reativar a Operação Delegada para fiscalizar vendedores ambulantes sem licença que se passam por artesãos nas calçadas da cidade. Serão somente 1.063 policiais para atuar em endereços apenas no centro expandido, como avenida Paulista, rua 25 de Março e praça da República, com grande concentração de pedestres, de acordo com reportagem do jornal Estado de S. Paulo. Até 2012, a operação acontecia em toda a cidade com quase 4 mil policiais nas ruas e foi fundamental para reduzir diversos índices de criminalidade nas áreas de abrangência.

Pelo novo acordo assinado com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o efetivo será 72% menor do que no início da atual gestão. O objetivo desta nova operação é tentar recuperar parte da capacidade de fiscalização municipal, perdida ao longo de mais de três anos. Além dos milhares de camelôs ilegais espalhados pelas ruas da cidade, a Prefeitura tem de lidar agora com os falsos artesãos, que se misturam aos artistas em endereços famosos como a avenida Paulista. No local há 50 vagas para artesãos, mas a presença de números mais de quatro vezes superiores incomoda quem caminha pela região.

O deputado Coronel Camilo (PSD), que foi comandante da Polícia Militar e idealizou com o então prefeito Gilberto Kassab a Operação Delegada, destaca que o baixo número de vagas é insuficiente até para o centro expandido. “Seria necessário alcançarmos a marca de 5 mil policiais. Com apenas 20% desse montante, só dá para fiscalizar o centro mesmo e não o expandido, mas apenas o centro histórico”, afirma, citando regiões como Sé e República. Em 2010, por exemplo, apenas na 20 de Março havia 400 policiais, outros 200 somente na Paulista.

Mesmo assim, Camilo acredita que a nova atribuição vai ajudar a colocar ordem na cidade. “Cresceu muito o número de falsos artesãos nos últimos anos. São pessoas que se dizem artistas, mas que na verdade apenas revendem produtos comprados na 25 de Março. Alguns chegam a desmontar anéis e colares para depois montar nos pontos de venda para parecer que são artesanato de verdade”, diz. A lei que permite a atuação dos artesãos nas ruas foi sancionada em 2014 mas, com fiscalização deficiente, permitiu que vendedores comuns se passassem por artistas.

Operação reduziu criminalidade

Kassab e Camilo vistoriam as primeiras ações da Operação Delegada.

Kassab e Camilo vistoriam as primeiras ações da Operação Delegada.

Pela parceria com o Governo do Estado, idealizada em 2009 por Kassab e Camilo, a Prefeitura de São Paulo paga para que policiais militares trabalhem em seus dias de folga, em áreas de grande fluxo de pessoas, com competência administrativa para atuar em algumas posturas municipais, inclusive contra o comércio ilegal.

Os resultados obtidos foram extremamente positivos. A região da Rua 25 de Março chegou a registrar 82% de redução da criminalidade. Nas subprefeituras da Mooca, Santo Amaro e Sé houve queda de 70% na criminalidade. No viaduto Santa Efigênia, que vivia tomado por ambulantes irregulares e registrava diversos roubos e furtos, a redução chegou perto de 100%. A operação chegou a ter mais de 300 homens atuando na região do Brás. Atualmente são cerca de 40, uma redução de mais de 85% no contingente.

Os efeitos estão claros nos dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, especificamente do 8º Distrito Policial, do Brás: roubos e furtos, que diminuíram em 2011/2012, cresceram a partir de 2013. Em 2011 foram registrados 829 roubos, quantidade que chegou a 1.398 em 2014, um aumento de 68%. Os furtos passaram de 2.803 em 2012 para 3.535 em 2015, crescimento de 26% de casos. Os furtos de veículos saltaram de 276 em 2012 para 406 em 2013, alta de 47%. Até os casos de estupro subiram: de 8 em 2011 para 27 em 2014, inacreditáveis 237% a mais.

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