Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, é ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (2016-2018), ex-ministro das Cidades (2015-2016) e ex-prefeito de São Paulo (2006-2012)
Luísa Canziani, deputada federal (PSD-PR), 26 anos, é a mais jovem da atual legislatura
Edição: Scriptum
Em 2 de outubro vamos às urnas escolher deputados, senadores, governadores e o presidente da República, como acontece desde 1989. Jovens de 16 e 17 anos de idade podem votar e devem emitir o título de eleitor até esta quarta-feira (4). Desta vez é possível fazer tudo pela internet, usando apenas o celular. Mesmo com essa facilidade, apenas um em cada seis jovens dessa faixa se cadastrou na Justiça Eleitoral.
A baixa proporção pode ser um indicativo de desinteresse da juventude pela política. Precisamos valorizar nossa jovem democracia e a importância do voto. Todos devem ir às urnas. A atual fase democrática tem apenas 34 anos. Escolhemos presidentes somente para os últimos oito mandatos.
Eu, Gilberto Kassab, votei pela primeira vez em 1978, aos 18 anos, para deputado federal e estadual e senador. À época, o regime militar permitia apenas dois partidos. A Arena, dos que apoiavam a ditadura, e o MDB, a oposição tolerada pelo regime. Deputados estaduais escolhiam os governadores, que apontavam prefeitos das capitais. Os federais apontavam o presidente da República. Não havia surpresa ou oposição.
Com crise e pressão popular, uma Assembleia Constituinte foi convocada em 1988, num universo partidário mais amplo e livre, e promulgou a Constituição Cidadã, até hoje em vigor, que estabelece o atual regime democrático e o voto aos maiores de 16 anos. O intuito era trazer esse público à vida política, escolhendo diretamente seus representantes: o fim das eleições indiretas e a consolidação da democracia.
Houve grande adesão dos jovens de 16 e 17 anos na eleição para presidente em 1989. Em 1992, eles eram 3,2 milhões de eleitores —3,57% do total. Nos anos seguintes, foram registradas sucessivas quedas. Até março deste ano, segundo dados do TSE, somavam 1 milhão, ou menos de 1% do eleitorado.
Durante a redemocratização, eu, Kassab, comecei minha atuação na vida político-partidária nas campanhas de Guilherme Afif Domingos a deputado constituinte, em 1986, e, em 1989, a presidente. Fui eleito vereador em São Paulo aos 32 anos. Depois, deputado estadual, federal, vice-prefeito e prefeito reeleito da capital paulista. Em 2011 fundei, ao lado de lideranças de todo o país, o Partido Social Democrático.
Eu, Luísa Canziani, aos 16, em 2012, votei pela primeira vez para prefeito e vereador em Londrina (PR). Meu pai, Alex Canziani, sempre foi muito atuante na vida político-partidária e, desde muito pequena, me encantei com a boa política. Militei desde cedo em defesa da educação e das pautas municipalistas. Na primeira eleição que disputei, aos 23 anos, fui eleita deputada federal, a mais jovem da atual legislatura. Temos discutido projetos para aperfeiçoar o ensino profissional e tecnológico, a reformulação do Estatuto do Aprendiz, o Sistema Nacional de Educação e o Plano Nacional de Letramento Digital.
O voto equipara os brasileiros: ricos, pobres, de Norte a Sul, do presidente ao vereador, do presidente do STF ao calouro de direito: cada pessoa tem um voto, com o mesmo peso.
Votar é exercer a cidadania. Todos os jovens com mais de 16 anos devem votar. Somente pela política, no voto e, mais ainda, na militância partidária, podemos fazer o Brasil cada vez melhor. Vote!
Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo em 3 de maio de 2022.
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