São dez da manhã de uma sexta-feira e em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, um grupo de crianças aguarda ansiosamente para entrar. Elas não vão conhecer o estádio, menos ainda assistir a uma partida de futebol. Aguardam para entrar em um túnel do tempo e conhecer Pelé, Garrincha, Zico, Romário e muitos outros craques que fizeram a fama mundial do futebol brasileiro e que têm suas histórias contadas em objetos, fotos, vídeos e áudios no Museu do Futebol. Ali, sob as arquibancadas do Pacaembu, está um dos maiores acervos do esporte que é paixão nacional.
Em quase cinco anos de operação, o espaço já alcançou a marca de 1,7 milhão de visitantes, tornando-se um importante ponto turístico da cidade – em média, recebe 1.500 visitantes por dia, número que chega a 3 mil nos meses de férias.
O Museu ocupa uma área de 6.900 m². Foi idealizado em 2005 pelo então prefeito José Serra e concretizado – em parceria com a Fundação Roberto Marinho – durante a primeira gestão do prefeito Gilberto Kassab, hoje presidente nacional do PSD. Em setembro de 2008, ao inaugurar o Museu do Futebol, Kassab assinou convênio com o governador José Serra, transferindo a gestão do equipamento ao Governo do Estado.
O ex-prefeito Kassab diz que “o futebol é um dos mais ricos traços da cultura brasileira e paulistana e, no entanto, a cidade não tinha um lugar que fosse dedicado a contar a história do esporte sob este ponto de vista”. Segundo ele, uma das características importantes do museu é que “é um lugar de todos; de corintianos, santistas, flamenguistas, palmeirenses, botafoguenses, são-paulinos, vascaínos… Um lugar para quem gosta de futebol, e não apenas de um time”. Kassab lembra que “São Paulo ganhou muito com esse trabalho da nossa gestão, porque hoje o Museu do Futebol é mais um importante ponto de atração para quem vive e quem vem à cidade de São Paulo”.
O analista de sistemas Carlos Sato levou os dois filhos e mais três colegas para conhecerem um pouco da história do futebol brasileiro. “Gostei muito do espaço porque ele resgata muitas lembranças que nós temos, das copas, do título do Corinthians de 1977, com aquele gol do Basílio, jogadas do Pelé, os dribles do Garrincha. E é muito legal também para as crianças conhecerem um pouco desta história”, diz. Milena e Gabriel, filhos de Sato, contam o que acharam do museu.
Rever alguns momentos marcantes do futebol faz as pessoas relembrarem de fatos não diretamente ligados ao esporte, mas que aconteceram na mesma época dos eventos mostrados ali. Foi o que aconteceu com Rosângela Gonçalves, que levou o afilhado Gustavo para conhecer o Museu.
O glamour da seleção brasileira e dos craques que fizeram a história e a fama do nosso futebol desperta o interesse dos turistas estrangeiros que visitam o museu. Informações sobre Pelé, Garrincha, Rivelino e Romário estão entre as mais procuradas por eles. O paraguaio Nestor Garay gostou muito do que viu. Veja o que ele fala.
O Museu do Futebol está localizado no Estádio do Pacaembu, “o melhor lugar que existia para fazer este espaço”, diz o ex-prefeito Kassab, lembrando que “o estádio se confunde com a história da cidade”. Abre de terça a domingo, das 9h às 17h. O ingresso custa R$ 6,00 (R$ 3,00 para estudantes, professores e idosos). Crianças de até 7 anos e deficientes não pagam. Às quintas-feiras a entrada é gratuita.