As cidades existem para as pessoas, não para os carros. A partir desta ideia o cineasta Arnaldo Jabor, comentarista do Jornal da Globo, da TV Globo, fez uma contundente crítica ao projeto aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo nesta semana, que acaba com o rodízio de veículos. Para demonstrar que os governantes precisam adotar medidas que tornem as cidades mais amigáveis, e não mais complicadas do que já são, Jabor citou o exemplo do economista e historiador Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, que fez na capital colombiana uma administração considerada modelo, voltada para tornar a cidade mais confortável a seus habitantes.
Assista aqui o comentário de Jabor.
Foi com a meta de construir uma cidade melhor e mais confortável para as pessoas que o ex-prefeito Gilberto Kassab, pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD, orientou sua gestão em São Paulo, entre 2006 e 2012. Ele adotou medidas que tornaram a cidade mais confortável e humana.
Se enquadra no conceito de construir uma cidade mais agradável para as pessoas o Programa de Proteção ao Pedestre, campanha de fôlego que lembrou aos motoristas que os pedestres devem ter preferência nas ruas porque são a parte mais frágil do ambiente urbano. Monitores foram espalhados em centenas de cruzamentos para educar motoristas e pedestres sobre como atravessar as ruas de maneira segura. O resultado disso foi a queda de 27,4% mortes por atropelamento no Centro da cidade, em 2012, na comparação com 2005.
O Programa Emergencial de Calçadas definiu as regras para a reforma das calçadas de grande fluxo de pedestres, especialmente em corredores comerciais e de transportes, onde há grande circulação de pessoas todos os dias. Piso táctil e rampa de acesso foram aplicados em 457 km de calçadas reformadas. Avenidas como a Paulista e ruas como a Teodoro Sampaio e a Clélia mudaram de cara.
Poluição visual e do ar também atacadas na gestão Kassab. O projeto Cidade Limpa, que eliminou os outdoors da paisagem urbana e definiu regras para as placas de identificação das lojas, revelou uma nova cidade. O programa teve 89% de aprovação da população, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Quatro anos depois de ter sido iniciado o Programa de Inspeção Veicular, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que houve redução dos índices de poluição do ar e a diminuição de ocorrência de doenças respiratórias.
A redução da poluição do ar na gestão de Kassab se deu também com a introdução de uma frota de 1500 ônibus ecológicos, movida a combustíveis verdes, menos poluentes, no sistema.
Em sua gestão, Kassab introduziu a bicicleta definitivamente nas ruas da cidade. Primeiro com as Ciclofaixas de Lazer, depois com as ciclorrotas e ciclovias. No final de sua gestão, 2012, as rotas para bicicletas somavam, juntas, 200 km. As Ciclofaixas de Lazer foram um sucesso tão grande entre os paulistanos que uma pesquisa publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no final de 2012 apontava que eram aprovadas por 95% das pessoas.
Outra medida adotada para melhorar a qualidade de vida das pessoas foi a restrição à circulação de ônibus fretados e caminhões no Centro expandido e a inclusão deles no rodízio. Muita gente reclamou, mas os congestionamentos na região afetada pela proibição caíram até 32% durante o dia. Além disso, houve diminuição de 10% dos acidentes com caminhões.
O transporte público deu um salto de qualidade com a obrigação contratual de as empresas concessionárias renovarem 90% da frota de 15 mil ônibus em circulação, ou seja, 13.541 ônibus novos, todos eles carros maiores, mais confortáveis, menos poluentes. E de 2011 em diante, todos os ônibus incorporados à frota passaram a ter acesso facilitado para pessoas com mobilidade reduzida.
Cidade iluminada é mais segura. São Paulo ficou mais clara com a instalação de 46 mil novos pontos de luz. Outros 125 mil pontos tiveram suas lâmpadas de vapor de mercúrio substituídas por lâmpadas a vapor de sódio, que iluminam mais e gastam menos.
Por fim, Entre 2006 e 2012 São Paulo ganhou 1,5 milhão de novas árvores e foram criados 56 novos parques, dos quais 24 lineares, localizados às margens de córregos para protegê-los da ocupação irregular e do despejo de entulho e lixo. No final de 2012, a cidade tinha 90 parques, 150% mais do que tinha em 2005, quando começou o mandato.