O governo paulista havia informado que daria início a obra neste mês para solucionar problema de abastecimento de água em São Paulo. Agora, conforme jornal, detalhamento da proposta ocorrerá somente me setembro.

ETA Guaraú - Sistema Cantareira (1) 

O projeto de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira continua sem consenso com os Estados vizinhos e sob o risco de não sair do papel neste ano, conforme reportagem publicada nesta sexta-feira (18/7) pelo jornal O Estado de S.Paulo. O governo paulista disse que vai detalhar a proposta, que visa a socorrer o manancial em crise, apenas em setembro. Em março, o governador Geraldo Alckmin havia dito que iniciaria a obra de R$ 500 milhões até julho para conclui-la em 14 meses.

O secretário do Meio Ambiente fluminense, Carlos Portinho, que ingressou no polo ativo da ação civil movida em maio pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o projeto paulista, declarou que “não há como avançar sem conhecer o projeto de São Paulo’”. De acordo com o jornal, o receio do Rio é que a transposição comprometa a vazão de sua principal fonte de água, o Rio Paraíba do Sul, que é alimentado pela Represa Jaguari, em Igaratá, interior de São Paulo. É dela que o Governo de São Paulo quer transpor até 5 mil litros de água por segundo para a Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, um dos reservatórios do Cantareira.

Um grupo técnico ficou encarregado de apresentar até o fim de setembro uma proposta que atenda às necessidades de São Paulo e garanta a segurança hídrica do Rio e de Minas. Mas, pelos relatos dos participantes de um encontro que ocorreu esta semana entre representantes dos três estados que dividem a Bacia do Paraíba do Sul – São Paulo, Rio e Minas Gerais -, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) e da Agência Nacional de Águas (ANA), o consenso está longe de ser alcançado.

Em nota ao jornal, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo informou que a elaboração do projeto começou “imediatamente após seu anúncio, em março, e já está em fase de contratação de estudos de impacto ambiental para obtenção de Licença Ambiental”. Segundo a pasta, “demais detalhes ou propostas serão discutidos até o fim de setembro pelo grupo técnico” e a “previsão é de que a obra seja finalizada no verão de 2015/2016”.

 

Sistema Cantareira

Com o início da captação de água da reserva técnica do Sistema Cantareira, o nível do sistema subiu de 8,2% para 26,7% no dia 16 de maio. Se não fosse pela captação do volume morto, o sistema não teria água para o abastecimento da Grande São Paulo desde o último sábado (12), quando o nível chegou a 18,5% de sua capacidade, mesma quantidade acrescida pela reserva técnica. Nesta sexta-feira (18), o volume útil do sistema é de 17,5%.