A redução de mais de 50% no número de policiais militares que participam da Operação Delegada em São Paulo está afetando a vida dos paulistanos. Reportagem do jornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo, mostra que uma feira montada diariamente na Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, incomoda os moradores da região, que não conseguem dormir após as 4h por causa do barulho. Ambulantes vendem, sem autorização, produtos sem comprovação de origem. Entre bolsas e eletroeletrônicos, também é possível encontrar armas de choque cuja comercialização é proibida.
A Prefeitura diz que 139 PMs que trabalham na Operação Delegada atuam na região para coibir o comércio irregular. Porém, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que essa operação, solicitada pela administração municipal, não tem funcionado à noite.
Criada em dezembro de 2009 pelo então prefeito Gilberto Kassab, a Operação Delegada tinha por objetivo justamente combater o comércio irregular, especialmente na região central da cidade. Gradativamente, a atividade foi ampliada para toda a cidade, num investimento anual de R$ 200 milhões. Nos dois últimos anos da gestão Kassab, a Operação Delegada chegar a envolver quase 4 mil policiais militares, recebendo remuneração adicional por trabalhar em seus horários de folga. Com isso, a atuação dos camelôs foi coibida e os índices de criminalidade caíram acentuadamente em algumas regiões. Atualmente, a operação vem sendo adotada em diversas cidades do interior do Estado.
Contudo, segundo levantamento feito pelo jornal Agora, a iniciativa vem sendo colocada em segundo plano pela atual gestão da Prefeitura. Um ano e meio após o prefeito Fernando Haddad anunciar que ampliaria a Operação Delegada, o número de PMs em atuação nesse serviço caiu 54,84%.
Em janeiro de 2013, quando Haddad assumiu, haviam 2.478 policiais militares trabalhando na operação. Em junho passado, de acordo com números levantados pelo jornal Agora, apenas 1.119 continuavam na atividade.