Nesta primeira semana da primavera, o manancial da Cantareira está com 8% de sua capacidade, o menor nível de sua história. Como a temporada de chuvas ainda pode demorar algumas semanas, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está se preparando para evitar mais problemas: a empresa pediu autorização para utilizar mais 106 bilhões de litros da reserva profunda das represas, mas a solicitação ainda não foi aprovada pelos órgãos reguladores do sistema.
Com o uso da segunda cota do volume morto do manancial, o nível do Sistema Cantareira vai subir 10,7 pontos porcentuais, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a Sabesp, a obra para retirada da água profunda dos reservatórios já está pronta e a reserva “somente será utilizada se houver necessidade”.
O presidente nacional do PSD, ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, tem lembrado em entrevistas e contatos políticos que as dificuldades para o abastecimento de água na Grande São Paulo e no Interior do Estado já eram conhecidas há mais de 10 anos. “Faltou planejamento e investimentos”, tem dito, lembrando que cabe também aos representantes do Estado no Senado batalhar por recursos emergenciais para obras no sistema de abastecimento.
Segunda reserva
Segundo reportagem do Estadão, o pedido para usar mais 106 bilhões de litros do volume morto da Represa Jacareí, em Joanópolis, foi feito em agosto, mas ainda não foi autorizado pelos órgãos gestores do sistema, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE).
Quando incorporou a primeira cota do volume morto do Cantareira, de 182,5 bilhões de litros, no dia 15 de maio, o manancial estava com 8,2% da capacidade. A partir do acréscimo da reserva profunda, a Sabesp informou que o nível do sistema havia subido para 26,7% da capacidade. Ao custo inicial de R$ 80 milhões, o bombeamento dessa reserva começou, na prática, no dia 31 de maio.
Agora, a previsão, segundo especialistas, é de que essa primeira reserva acabe na primeira quinzena de novembro. Segundo a Sabesp, a segunda cota, somada às transferências de água de outros sistemas para regiões atendidas pelo Cantareira e a economia de água pela população, garante o abastecimento, “no mínimo, até março de 2015”, mesmo “na remota hipótese de não chover uma gota na próxima estação chuvosa”, que começa em outubro.