Com a reversão da tendência de queda das mortes em acidentes de trânsito, a Prefeitura de São Paulo decidiu expandir o programa de padronização de velocidade criado em 2011, na gestão de Gilberto Kassab, e reduzir o limite nas marginais Tietê e Pinheiros, segundo reportagem publicada na Folha de S.Paulo neste sábado (6).
A segurança no trânsito e a prevenção a acidentes foram grandes prioridades de Kassab. Na Prefeitura, ele lançou dois programas, o de Proteção ao Pedestre e o de Padronização de Velocidades, que reduziram, respectivamente, em 40% as mortes por atropelamento no centro da capital e em 38% os acidentes na Avenida 23 de Maio.
O limite nas pistas expressas das marginais vai cair de 90 km/h para 70 km/h; nas pistas locais, de 70 km/h para 60 km/h. Ainda não há prazo para a mudança.
A Secretaria Municipal de Transportes informou que outras vias também terão redução de limite de velocidade.
Segundo a Folha, um levantamento preliminar da CET já detectou o aumento das mortes em 2014. Dados da Secretaria da Segurança Pública apontam que as mortes cresceram 4,5% de janeiro a setembro, na comparação com igual período do ano passado. Trata-se do maior aumento desde que as estatísticas passaram a ser divulgadas, há dez anos.
A secretaria se baseia nos boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil –metodologia diferente da usada pela CET, mas que serve como termômetro da situação.
As marginais costumam ser as vias com mais vítimas na capital. Em 2013, somaram 63 mortes, 6% do total.
Estudos internacionais indicam que um acidente a 70 km/h tem risco 40% menor de resultar em mortes na comparação com outro a 90 km/h.
Dentre as vias onde já foi implantada a redução de velocidade desde 2013 está a avenida Ibirapuera –onde ela caiu de 60 km/h para 50 km/h em outubro.
A prefeitura também já derrubou os limites para 40 km/h em áreas do centro e de bairros como Moema e Santana.
Conquistas de Kassab
Durante a gestão Kassab (2006-2012), mais de 420 km de ruas e avenidas tiveram suas velocidades padronizadas ou reduzidas a partir de 2011.
Com isso, o Eixo Leste/Oeste registrou queda de 14% nos acidentes e 21% nos atropelamentos entre os meses de abril e novembro de 2011 ante mesmo período de 2010. A principal queda foi observada no total de atropelamentos que caiu de 80 para 63, diminuição de 21%.
No Eixo Norte, a redução foi de 26% no número de acidentes e atropelamentos em abril de 2011 ante abril de 2010. Nas avenidas 23 de Maio e Rubem Berta, foram 38% menos acidentes e atropelamentos entre fevereiro e novembro de 2010 ante mesmo período de 2010.
O Programa de Proteção ao Pedestre reduziu em 40% os atropelamentos com mortes na região central e da avenida Paulista e de 10,7% no município de São Paulo, de seu lançamento, em 11 de maio de 2011, a 10 de maio de 2012: foram 24 mortes de pedestres na área central ante 40 no período anterior. O programa também registrou redução de 34,3% no número de atropelamentos na região central/Paulista. Foram 424 atropelamentos registrados nessa região de 11 de maio de 2011 a 10 de maio de 2012 ante 645 no período anterior.
A redução de vítimas de atropelamentos se manteve em 2013 na cidade de São Paulo. Em 2005, morreram 748 pessoas, vítimas de atropelamentos, e em 2013, 514, redução de 31,3% no período. A estatística mostra que a queda do número de mortes foi também significativa no total de acidentes de trânsito– incluindo pedestres, motoristas, passageiros e motociclistas. Em 2013, foram 1.152 casos, ante 1.505 em 2005, redução de 23,5%.