São muitos os exemplos de ideias simples que, com a ajuda de ferramentas da internet, podem ser implantadas na gestão pública de modo a melhorar a vida dos cidadãos, reduzindo custos e dando agilidade aos serviços. Essa foi uma das conclusões do debate realizado na noite de quinta-feira (9), durante o 23º Encontro Democrático, que reuniu na sede do Espaço Democrático – a fundação do PSD para estudos e formação política – o empresário Aleksandar Mandic e o pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, vereador Andrea Matarazzo.

Com o tema “Tecnologia: o cidadão prefeito”, o evento teve a participação de mais de 100 pessoas, entre interessados no assunto, lideranças políticas como a coordenadora do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, e pré-candidatos do partido a vereador e prefeitos de outras cidades do Estado, a exemplo de Carlos Eduardo Karan, de Praia Grande, na Baixada Santista.

Veja no vídeo como foi o encontro

Iniciados há mais de um ano, os Encontros Democráticos tratam de assuntos de interesse da sociedade, que tenham impacto direto na atuação daqueles que estão ou pretendem entrar na vida pública. Nos últimos meses, em razão das eleições municipais de outubro, os temas têm sido voltados para o interesse de prefeitos e candidatos a prefeito. O propósito final é produzir conhecimento por meio da divulgação de boas práticas de gestão. A íntegra dos debates é publicada no site da fundação (www.espaçodemocratico.org.br ).

Mandic, o palestrante desta quinta-feira, é um dos maiores empreendedores brasileiros e coordenador do Conselho Temático de Inteligência e Mídias Digitais do Espaço Democrático. Pioneiro na área de tecnologia da informação, foi um dos primeiros a prover, comercialmente, o acesso à internet no País. Em 2013, inovou mais uma vez ao lançar o primeiro aplicativo nacional para compartilhamento de senhas de redes wi-fi, o Mandic magiC.

O 23º Encontro Democrático, mediado pelo jornalista Sérgio Rondino, foi aberto pelo vereador Andrea Matarazzo, para quem o gestor público não precisa recorrer a propostas futurísticas, de difícil implementação, se realmente estiver interessado em melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Citando sua experiência na Prefeitura de São Paulo, em cargos como o de subprefeito da Sé ou de secretário de Coordenação das Subprefeituras, lembrou iniciativas suas como a de criar um endereço no Twitter para receber queixas e sugestões da população. “Foi um sucesso imediato. Em menos de 2 semanas já tínhamos mais de 30 mil seguidores e foi impressionante ver como a população é gentil e colaborativa quanto tem oportunidade de contribuir”, disse.

Lembrou que equipamentos como os smartphones, hoje acessíveis a 70% da população, podem economizar tempo, dinheiro e reduzir o desconforto dos cidadãos, por exemplo na hora de buscar atendimento nos serviços das Prefeituras, seja na área da saúde – com o agendamento on-line –, seja na manutenção de ruas, com a comunicação imediata de problemas aos órgãos responsáveis. “Precisamos modernizar a Prefeitura e empoderar o cidadão”, alertou, lembrando “que o melhor fiscal da cidade é o cidadão”.

Para isso, sugeriu, o poder público deve estimular o desenvolvimento de serviços on-line, aumentando da oferta de wi-fi em espaços públicos – inclusive por meio de parcerias com o setor privado – e atuando como fomentador do desenvolvimento de aplicativos que facilitem e agilizem o acesso da população aos serviços da Prefeitura.

Mandic, por sua vez, lembrou que “é difícil melhorar uma coisa que funciona bem, mas algo que funciona mal é uma delícia para quem quer avançar, fazer um mundo melhor com ferramentas que já existem e estão à disposição de todos”. Ele apoiou a ideia de o poder público atuar como fomentador do desenvolvimento de novas ferramentas online para melhorar a gestão pública.

Segundo disse, com o grande número de smartphones hoje existentes na cidade, não é preciso, por exemplo, investir na estrutura para monitorar o trânsito, uma vez que é possível ter acesso imediato as informações sobre congestionamentos e problemas nas ruas com base nos dados coletados pelos celulares e que hoje já são usados por muitos aplicativos. “Então, não precisamos inventar a roda, não é preciso nem mesmo que a Prefeitura faça isso, é o próprio cidadão que pode fazer, se for estimulado pelo poder público a desenvolver ferramentas que o ajudem a ter melhor acesso aos serviços”, afirmou, concluindo: “A Prefeitura tem que incentivar, o resto é com a gente”.

No vídeo abaixo, Carlos Eduardo Karan, pré-candidato do PSD à prefeitura de Praia Grande (SP), comenta o encontro.