O presidente dos Correios, Guilherme Campos, esteve na cidade do interior paulista para garantir que a diretoria regional da estatal não será fechada na cidade, garantindo empregos

Guilherme Campos afirma que tem a missão de fazer os Correios fechar “no azul” em 2017

 

Em visita a Bauru, no interior de São Paulo, o presidente nacional dos Correios, Guilherme Campos, garantiu que a Diretoria Regional da estatal permanecerá cidade. Nos últimos meses, circularam informações sobre uma possível redução das atividades com a consequente transferência da Regional, fato que não ocorrerá. Contudo, a Diretoria Regional é campeã no varejo, tendo apresentado o melhor resultado em 2016 no segmento que contempla correspondências e encomendas postadas nas agências.

À frente dos Correios desde junho do ano passado, Guilherme Campos afirma que tem a missão de fazer a empresa fechar “no azul” em 2017. Após quatro anos seguidos de prejuízo, a estatal anunciou que irá desativar agências em todo o País e, para tanto, já vem dando andamento a um plano de demissão incentivada (PDI) e projeta ampliar seu escopo de atuação.

Diante dessas notícias, representantes da cidade paulista estiveram em janeiro com Guilherme Campos e com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, para expor a preocupação da cidade e região com essa possibilidade.

Na ocasião, o presidente dos Correios disse que a empresa passa por uma grande reestruturação e que iria a Bauru em fevereiro e confirmaria pessoalmente à cidade, assim como aos funcionários, a permanência da Regional São Paulo Interior. “As chances (de transferência da Regional) são zero. A sede está consolidada em Bauru e isso não contribuiria em nada para a recuperação da empresa. E também não há a menor condição de fechar a unidade regional ou mesmo alterar suas atribuições e autonomia”, garante.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Sandro Bussola, destacou a importância da manutenção da Diretoria Regional no município. “A presença dos Correios em Bauru fortalece o papel de polo regional que nossa cidade exerce. Nosso desafio é buscar cada vez mais ampliar o exercício de liderança regional. Além disso, são 1.200 empregos gerados, que precisam ser valorizados, especialmente em um momento de crise como o atual”, disse.

Em 2016, a estatal, que conta com 6.511 agências próprias, registrou prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões, patamar semelhante ao de 2015. O número de unidades a serem fechadas ainda não foi divulgado, mas a ideia é fundir agências consideradas “superpostas”, ou seja, muito próximas uma da outra. “Neste caso, é mantida a que for mais representativa”, adianta o presidente.

Hoje, Bauru conta com cinco agências próprias (no Centro, Núcleo Mary Dota, Distrito Industrial, Bauru Shopping e distrito de Tibiriçá) e três franqueadas (no Jardim Redentor, Vila América e Vila Falcão). A possibilidade de encerramento das atividades de algumas delas não está descartada.

A Diretoria Regional de Bauru é a segunda maior do Brasil, ficando atrás apenas da Diretoria de São Paulo Capital.

Para reduzir custos e otimizar serviços, uma das estratégias projetadas pela empresa é a ampliação da rede de agências franqueadas – atualmente, são cerca de mil em todo o País, remuneradas com um percentual das receitas advindas dos serviços. Além do PDI, outra vertente incluída no plano de economia dos Correios é a revisão da política de universalização dos serviços postais, que obriga a estatal a estar presente em todos os municípios brasileiros.

De acordo com Campos, a universalização fazia sentido quando um dos principais meios de comunicação entre as pessoas era a carta. “Hoje, 80% das nossas agências registram déficit, principalmente em locais mais afastados e pequenos centros urbanos. A conta não fecha mais e é preciso encontrar uma equação que permita a manutenção da presença dos Correios em todo o território nacional”, enfatiza.

De acordo com ele, o PDI já conta com adesão de dois mil funcionários nessas primeiras duas semanas. A expectativa é de adesão de seis mil a oito mil empregados até 17 de fevereiro, prazo final de inscrição, com previsão de economia entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão por ano.

O presidente dos Correios também informou que, a partir deste mês, a empresa irá ingressar no ramo de telefonia móvel, como uma nova concorrente das operadoras de celulares que já atuam no Brasil. O lançamento do projeto Correios Celular, em fase piloto, será feito em São Paulo, com implantações subsequentes em Belo Horizonte e Brasília. A meta é alcançar todos os Estados do Brasil até o final deste ano.

Guilherme Campos Júnior explica que a prestação do serviço se dará através do uso da rede da operadora TIM, por meio de um sistema conhecido como Mobile Virtual Network Operator (MVNO) – numa tradução literal, Operadora Móvel com Rede Virtual. “A empresa aluga parte de sua rede instalada”, pontua.

Inicialmente, serão vendidos chips e recargas somente para planos pré-pagos, mas, a partir de 2018, devem ser iniciados estudos para definir a viabilidade da oferta de planos pós-pagos. “Vamos entrar no mercado de uma maneira muito competitiva, nos valendo de nossa vasta capilaridade e da confiança que o brasileiro tem nos Correios”, completa.

No Executivo

Guilherme Campos também reuniu-se com o prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSD), em visita de cortesia ao Chefe do Executivo. Acompanharam o encontro a secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda, Aline Prado Fogolin, e o Diretor Regional dos Correios em São Paulo Interior, com sede em Bauru, Wilson Abadio de Oliveira. Na oportunidade também estiveram juntos o ex-prefeito de Torrinha, Thiago Rochiti, e vereadores de Bauru e região.