Durante audiência da CPI do BNDES, deputado do PSD paulista criticou os investimentos que a instituição fez no exterior. “Foi absolutamente prejudicial ao Brasil”, afirmou

 

Marco Bertaiolli: planejamento executado pelo BNDES “foi absolutamente prejudicial ao Brasil”

 

Para o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) errou ao preferir, em anos recentes, investir em empreendimentos no exterior, em vez de fomentar e desenvolver as micro e pequenas empresas brasileiras. Ele fez a crítica durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito do BNDES que ouviu o ex-presidente da instituição, Luciano Galvão Coutinho, que comandou a empresa pública federal entre maio de 2007 e maio de 2016.

Para Bertaiolli, “sob qualquer análise, se os 14 bilhões de dólares tivessem sido investidos na economia brasileira, especificamente nas micro e pequenas empresas, nos geraríamos, no mínimo, cinco vezes mais empregos na comparação com o número criado com o financiamento de obras em países ideologicamente alinhados aos governos da época”, criticou Bertaiolli. Os US$ 14 bilhões foram destinados a países como Cuba, Moçambique, Venezuela e Angola.

Na avaliação do deputado, o planejamento executado pelo BNDES durante a administração de Coutinho “foi absolutamente prejudicial ao Brasil”. “O banco não desenvolveu e não fomentou o País”, avaliou.

“O prejuízo gerado pelo péssimo planejamento do BNDES é vergonhoso para um País que precisa de tanto investimento”, garantiu Bertaiolli. “É inadmissível que as micro e pequenas empresas tenham que, de joelhos, bater às portas do BNDES, enquanto fomentamos obras em Angola, na Venezuela e em muitos outros países em que o então marqueteiro oficial do PT, João Santana, fez as campanhas presidenciais. As coincidências falam por si”, ponderou.

Prefeito de Mogi das Cruzes, por dois mandatos, entre 2009 e 2016, Bertaiolli informou ao ex-presidente do BNDES que, mesmo administrando uma cidade economicamente saudável, conseguiu apenas um financiamento via BNDES. “Enquanto o banco enviava bilhões para fora do País, consegui apenas R$ 3 milhões para desenvolver o PMAT (Programa de Modernização da Administração Tributária) na minha cidade, o que possibilitou a criação de um sistema informatizado na Prefeitura e a implantação de uma rede integrada de saúde, que passou a ser uma referência”, comparou.

Bertaiolli lembrou um dos muitos episódios em que as questões ideológicas e a ingerência do governo federal na administração do BNDES influenciaram nas decisões do banco. “O BNDES financiou a expansão do Metrô de São Paulo, a uma taxa de juros de empréstimo de 8,6% ao ano. Assim, como eu justifico para os paulistas e os paulistanos que este mesmo tipo de financiamento tenha sido feito ao Metrô de Caracas, na Venezuela, a uma taxa de juros de empréstimo de 4,5% ao ano?”, questionou. “O que motivou essa diferenciação eu não sei dizer, mas sei que a diferença fundamental entre estes financiamentos é que São Paulo pagou o que devia e concluiu a obra e a Venezuela não pagou nada até hoje e nem mesmo metade da obra foi feita”, disse.