Edição Scriptum com Diário do Comércio
O Governo de São Paulo lançou na sexta-feira (24) a consulta pública sobre o maior projeto de transformação do centro da capital paulista para os próximos anos: a construção do novo centro administrativo do Estado. A população será ouvida sobre a mudança da sede do governo para o bairro dos Campos Elíseos. A consulta pública ficará aberta até o dia 26 de fevereiro, com sugestões e pedidos de esclarecimentos por um site dedicado.
A escolha do projeto arquitetônico do novo Centro Administrativo teve a participação de arquitetos de todo o País em um dos maiores concursos do Brasil. O escritório Ópera Quatro Arquitetura saiu vencedor.
O projeto de requalificação prevê a transformação do Parque Princesa Isabel e seu entorno com mais áreas verdes, novos edifícios para centralizar as secretarias, fundações e autarquias estaduais, além do restauro dos edifícios históricos. Hoje, o governo paulista conta com mais de 22 mil funcionários que trabalham em 60 prédios localizados em diferentes áreas da capital. A centralização permitirá maior eficiência administrativa, otimizando recursos da gestão pública.
O projeto inclui o alargamento das calçadas, fachadas ativas e novas áreas de uso público, que permitem a circulação de pessoas e a instalação de lojas. Estão previstos, por exemplo, espaços para comércio, serviços, restaurantes, café e áreas de convivência. “Essa intervenção vem com o peso do Governo do Estado de São Paulo. É a maior intervenção urbana feita nos últimos tempos no Brasil, depois de Brasília. Nós também fizemos o nosso concurso público para criar um centro administrativo não distante da cidade, pelo contrário, no coração dela. Vamos levar para lá 22 mil funcionários, que serão consumidores com necessidades de restaurantes e serviços, por exemplo, fomentando o desenvolvimento da região”, disse o secretário de Projetos Estratégicos do Estado, Guilherme Afif Domingos, liderança do PSD.
O Centro Administrativo dos Campos Elíseos foi qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). A execução e gestão será realizada por uma Parceria Público-Privada (PPP), com duração de 30 anos. O leilão está previsto para ocorrer ainda este ano.
O pontapé inicial para a mudança do centro foi dado em setembro passado, quando a Secretaria da Justiça e Cidadania iniciou a transferência de sua estrutura operacional para o Palácio dos Campos Elíseos, prédio histórico localizado na avenida Rio Branco. A pasta é a mais antiga do Governo do Estado de São Paulo, criada em 1892.
O Governo do Estado também está realizando ações complementares para promover o desenvolvimento da região central e garantir atendimento habitacional aos moradores das quadras abrangidas pelo projeto.
Entre as políticas habitacionais em curso na região está a PPP de Requalificação da Área Central, que busca recuperar uma área dotada de boa infraestrutura pública e de mobilidade, mas com baixa densidade de população residente. Por isso, está prevista a entrega de cerca de 6 mil moradias. Também haverá a construção de novos equipamentos públicos e melhorias na infraestrutura pública, com novas calçadas, ciclofaixas e passarelas.
“Nós estamos desenvolvendo diversas iniciativas que, somadas, buscam levar moradores para a área que já tem uma boa infraestrutura de transportes e serviços e hoje é pouco habitada. Buscamos estimular um mix de renda, desde reassentamento de pessoas em situação de vulnerabilidade até famílias com maior poder aquisitivo, para dinamizar os tipos de comércios e serviços para atender essas parcelas da população. Com essa maior complexidade de faixas, é mais fácil que se instalem atividades e costumes de uso da cidade nos mais variados horários, levando a uma requalificação pelo uso do espaço público”, afirma o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo, Marcelo Cardinale Branco, outra liderança do PSD envolvida no projeto.
Outra ação importante para adensar o número de moradores do centro expandido é o chamamento, feito pela CDHU, para contratar unidades habitacionais em bairros como Bom Retiro, Sé, Liberdade, Brás, Consolação, entre outros. Serão 2,5 mil novas unidades somente na área do centro expandido.
Além disso, há 292 unidades da primeira PPP do Centro que serão entregues ainda neste semestre. Outros 460 apartamentos serão construídos até 2027.
“O centro da capital começa a renascer com os novos investimentos que estão em curso, assim como o aumento do policiamento na região e o acolhimento a quem precisa. São Paulo merece ver o resgate de sua história. Recuperar e transformar essa região é um dos maiores legados que a gente pode deixar, que virá com o novo centro administrativo”, afirma o governador Tarcísio de Freitas.