Junji Abe, ex-prefeito de Mogi das Cruzes e ex-deputado federal pelo PSD-SP
Seja vereador, deputado estadual, federal ou senador, ninguém tem a caneta na mão. Quer dizer, pode propor, tentar criar uma lei, fazer gestões junto aos órgãos públicos, pedir, pedir e pedir. Mas nada garante que terá êxito. Quem já ocupou cargos eletivos no Legislativo e no Executivo, como eu, tem a exata dimensão das coisas. No Poder Executivo, quem comanda decide.
Um dos trabalhos a que me dediquei muito na Câmara dos Deputados deu resultado. Mogi das Cruzes terá R$ 7.665.779,91 do Governo Federal para a construção de um coletor de esgotos entre a região do Parque Morumbi e o Centro. A obra toda custará R$ 9,029 milhões. A diferença virá dos cofres municipais.
O sistema viabilizará o saneamento do Ribeirão Ipiranga porque todo esgoto nele lançado e também em parte do Rio Negro será coletado e enviado para tratamento. Hoje, cai direto no Tietê. Haverá uma estação de bombeamento e redes coletoras para captar o esgoto desde o Parque Morumbi até um interceptor próximo ao Terminal Central. Os efluentes seguirão para a ETE da Sabesp, em Suzano.
O complexo beneficiará mais de 65 mil pessoas. É uma conquista muito importante. Mogi das Cruzes precisa de investimentos para dar fim ao principal foco de poluição das águas, também fator de alto risco à saúde, que é o despejo de detritos in natura nos cursos d’água. A obra trará gigantescos ganhos sociais e ambientais.
O projeto do prefeito Marco Bertaiolli aguardava aval da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Acionado por ele, em uma das intervenções pela execução da obra, intermediei audiência com o analista de Infraestrutura da Pasta, Leandro de Aquino Leão. Na ocasião, em abril do ano retrasado, ele garantiu que se empenharia por um desfecho positivo. Fizemos pressão. Deu certo. Apesar da demora.
Registro aqui a fundamental participação de parlamentares mogianos. Juliano Abe (PSD), Odete Sousa (PR) e Marcos Furlan (PV) compunham a CEV (Comissão Especial de Vereadores) da Água e representaram a Câmara Municipal. Estivemos juntos no Ministério das Cidades. A somatória de esforços, incluindo os do prefeito, possibilitou uma intervenção importantíssima. Associada a outras ações, a iniciativa permitirá que Mogi das Cruzes faça o tratamento de 71% do total de esgoto coletado (96%). Menos poluição nos mananciais, mais qualidade de vida.