Coronel Camilo, ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo e deputado estadual pelo PSD-SP
Mais uma vez me vejo obrigado a rebater uma pesquisa totalmente tendenciosa e leviana quando a pauta é segurança pública. Ontem foi liberado um “estudo”, por um telejornal, informando um dado sobre a Polícia Militar: passou de cinco mil o número de mortos em decorrência de intervenção policial nos últimos dez anos, o chamado confronto, opção do delinquente.
O próprio telejornal procurou responsabilizar a Polícia Militar de São Paulo pelo aumento de mortes em confrontos policiais e causou um desserviço aos que assistiram ao programa. A reportagem, no ímpeto de criticar a PM, deixa de realizar uma análise profunda, ignorando, por exemplo, o número de PMs mortos nesse período; o alto índice de desemprego; o aprimoramento das organizações criminosas, que se apresentam com armamentos cada vez mais pesados; além, é claro, de pessoas da sociedade mortas em latrocínios (roubos seguidos de morte).
Não cita, sequer, na mesma reportagem, uma mulher de 45 anos baleada na cabeça na noite de domingo, em Sapopemba. Agora, a vítima segue internada aos cuidados de um neurocirurgião. Por que tanta parcialidade? Por que não mostrar as vítimas também?
Os números não podem ser vistos de forma isolada. O Brasil possui hoje mais de 14 milhões de desempregados, vive uma crise financeira, social, moral e política sem precedentes. Toda essa conjuntura de fatores negativos eclode, gerando ainda mais violência.
A Coronel Eliane Nikoluk, Comandante do CPI-1 (Vale do Paraíba), ao participar de uma homenagem que fiz à policial feminina na Assembleia Legislativa, fez uma análise a respeito desse tema. Para ela, não é só a Polícia que faz segurança. “Precisamos de uma rede social de proteção. Uma sociedade saudável com educação sólida, fortalecimento da família e mais oportunidades de empregos”, declarou Nikoluk naquela oportunidade.
Em 2016, a PM realizou mais de 40 milhões de atendimentos ou intervenções feitas no Estado, 115 mil flagrantes lavrados, 85 mil veículos recuperados e mais de 230 mil pessoas infratoras presas ou apreendidas em flagrante. Neste ano, sete policiais militares morreram em serviço e 34 em folga.
Neste entendimento, coordeno na Assembleia Legislativa de São Paulo duas frentes parlamentares: uma voltada à própria Segurança Pública e outra voltada à defesa da Família, Cidadania e Cultura. Ainda tenho o projeto de lei alterando a forma de nomeação e exoneração do cargo de Ouvidor da Polícia. Não se trata de constranger ninguém, mas procura-se corrigir o que temos entendido como distorções no uso daquele cargo.