Em texto publicado na Folha de S. Paulo, presidente do PSD afirma: “Preferimos ação e trabalho à retórica e vemos a política como instrumento de transformação”.

Gilberto Kassab, ex-ministro das Cidades e presidente nacional do PSD

 

Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (29), o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, comenta o atual momento político e econômico do País, reafirma os compromissos do partido com o avanço da sociedade brasileira e propõe compreensão para superar divergências. “Diálogo gera convergência, novas ideias e soluções consensuais. É esse o jeito de trabalhar por um novo momento do país. É esse o meu compromisso e o do PSD com o Brasil”, afirma.

Veja a seguir a íntegra do texto:

“Entre os extremos de nossa crise política, os que denunciam um golpe contra o governo e os que exaltam o regime militar, estão a vida e o destino de mais de 200 milhões de brasileiros ameaçados seriamente pelas crises política e econômica.

O Brasil não vai dar a volta por cima se não criarmos um ambiente político de diálogo, mais construtivo e que, com a imperativa urgência, estabeleça consensos para o crescimento. O PSD está pronto a colaborar. E a saída é o exercício responsável da política.

Apoiamos a reeleição de Dilma Rousseff em 2014 por maioria, não por unanimidade. Ao longo dos últimos meses, a base de sustentação política, apesar de nossos esforços, foi se deteriorando. A opinião pública passou a exigir mudanças.

Pressionados por bases e eleitores, os diretórios estaduais e as bancadas do PSD na Câmara e no Senado convergiram. Decidiram pelo impeachment. Assim, da mesma forma como apoiamos e participamos do governo, acatei a vontade da maioria e entreguei o cargo de ministro das Cidades, mantendo a mesma coerência e transparência.

Tenho posição, mas não sou juiz desse processo. São Paulo tem três senadores que saberão como representar a vontade de nosso Estado.

Sou grato pela oportunidade de trabalhar e conhecer cada vez mais as diversas realidades de meu país. Como prefeito de São Paulo e ministro, reafirmei a convicção de que a reforma habitacional e a universalização dos serviços de água e saneamento são ações que transformam a vida das pessoas.

Assumi compromisso e trabalharei para que o Minha Casa, Minha Vida e as metas do Plano Nacional de Saneamento não sejam marcas de uma gestão, mas sim conquistas da sociedade.

Essas conquistas só serão plenas, no entanto, se mantivermos os investimentos em mobilidade urbana. Basta não esquecer das vozes que ecoaram das ruas em 2013.

Agora, mais do que nunca, é preciso responsabilidade e equilíbrio para não ampliarmos a descrença e o ceticismo com a democracia no Brasil. O sistema político está na berlinda. Os partidos têm a obrigação de se reinventar para atender as novas demandas da população.

Devemos privilegiar a participação e fortalecer a relação entre representante e representados. Confiamos que o Estado democrático de Direito prevalecerá. E isso passa por mais transparência e pela continuidade das apurações da Polícia Federal e da ação do Ministério Público.

Sou presidente do PSD, partido jovem que está se consolidando como alternativa de centro, pautado por princípios cívicos e moderação. Não cultivamos personalidades, construímos lideranças.

Preferimos ação e trabalho à retórica e vemos a política como instrumento de transformação.

Não há vencedores e vencidos, tampouco é momento de precipitações. Precisamos provar a nós mesmos e ao mundo capacidade de superar crises sempre pelo caminho do respeito à democracia.

Os brasileiros querem mudança segura, retomada do crescimento econômico, do emprego e a manutenção das conquistas sociais.

Precisamos compreender e superar divergências. Diálogo gera convergência, novas ideias e soluções consensuais. É esse o jeito de trabalhar por um novo momento do país. É esse o meu compromisso e o do PSD com o Brasil.”