Entre outras medidas em gestação para reativar a economia, o ministro Guilherme Afif, da Micro e Pequena Empresa, vai levar ao governo a proposta de criar uma linha de crédito específica para os empreendedores de pequeno porte. Para Guilherme Afif, seria uma forma de ajudar os empreendedores na “travessia pesada pelos ajustes” que terão de […]

Entre outras medidas em gestação para reativar a economia, o ministro Guilherme Afif, da Micro e Pequena Empresa, vai levar ao governo a proposta de criar uma linha de crédito específica para os empreendedores de pequeno porte.

Para Guilherme Afif, seria uma forma de ajudar os empreendedores na “travessia pesada pelos ajustes” que terão de ser feitos na economia no ano que vem. “A agricultura tem o Plano Safra, com injeção de recursos com juro extremamente favorecido. As grandes empresas têm o BNDES. As micro e pequenas estão fora. Elas vão pegar financiamento a juro de mercado. Nesse instante, é preciso socorrê-las”, afirma o ministro.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a nova linha teria o nome de “Política Nacional de Funding de Crédito para Micro e Pequenas Empresas” e visa reduzir o percentual dos depósitos à vista que as instituições financeiras são obrigadas a reter no Banco Central na forma dos chamados “depósitos compulsórios”, liberando, assim, recursos para a nova modalidade de crédito.

A reportagem do jornal paulista explica que, hoje, 45% do total dos depósitos à vista têm de ficar parados no BC. Pelo plano da secretaria, o compulsório passaria a 25% e os 20% restantes seriam destinados à linha de financiamento. Com isso, seriam liberados aproximadamente R$ 44 bilhões para empréstimos, segundo cálculos do Ministério.

Os recursos teriam de ser usados para financiar o capital de giro, dinheiro que as empresas usam para adquirir matérias-primas, repor estoques e pagar empregados.

A maior parte dos recursos atenderia às demandas das micro e pequenas empresas, que têm faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. Mas uma fatia seria também destinada às médias empresas com receitas de até R$ 14,4 milhões por ano.

Por volta de 2,7 milhões de empresas estão enquadradas nessas categorias -ou mais de 95% do total de companhias registradas no país.

O BNDES, o banco de fomento estatal, possui linhas destinadas às micro e pequenas empresas, mas, segundo Afif, elas não são suficientes. Segundo ele, é necessário dar “oxigênio” às companhias de pequeno porte para que elas tenham condições de manter empregos ao longo de 2015.