O começo de janeiro, historicamente, é quando as represas enchem. O Cantareira chegou a ter seu nível elevado de 75% para 94% nos primeiros 15 dias de 2011. Neste ano, porém, caiu de 7,2% para 6,1%
Sistema Cantareira recebeu chuvas abaixo da média em janeiro de 2015

Sistema Cantareira recebeu chuvas abaixo da média em janeiro de 2015

A primeira metade de janeiro de 2015 trouxe cenário ainda mais pessimista do que era projetado por especialistas e governo: a quantidade de chuva nas represas de São Paulo e a vazão dos rios que poderiam socorrê-las ficaram muito abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas estão elevadas, um incentivo para maior consumo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O começo de janeiro, historicamente, é quando as represas enchem. O Cantareira chegou a ter seu nível elevado de 75% para 94% nos primeiros 15 dias de 2011. Neste ano, porém, caiu de 7,2% para 6,1%, de acordo com o portal G1.

Segundo a Folha, a quantidade de chuva no Cantareira nesta primeira metade de janeiro é a menor nesse mesmo período em pelo menos 12 anos. Os 60 mm até agora são só 22% do esperado para este mês inteiro. Mesmo na capital, a precipitação está 28% abaixo da média.

No final do ano passado, previsões climáticas diziam que este verão teria um padrão habitual de chuvas.

“Mas não é isso que está acontecendo. Desde a primeira semana do ano, os meteorologistas rebaixaram a expectativa de chuvas”, afirmou Bianca Lobo, meteorologista da Climatempo.

Ela explica que uma incomum coincidência de fenômenos climáticos fez com que, pelo segundo ano consecutivo, tenhamos um janeiro com poucas chuvas.
“Um sistema de alta pressão está atuando sobre o Sudeste, impedindo a chegada de frentes frias, que trazem acumulados significativos de chuva para o Estado. Sem essas frentes frias, temos só as pancadas de chuva no fim de tarde, que trazem transtornos, mas não ajudam no abastecimento”, disse.

Para que o Cantareira feche o mês na média, teria que chover mais que o triplo do que vem chovendo em 2015.

Outro ponto é que não só a chuva, mas a entrada de água no Cantareira está pior. O ritmo histórico com que os rios costumam desaguar nessas represas em janeiro é de 62,8 metros cúbicos por segundo.

Em 2014, ele foi o mais baixo da história do reservatório, com 14,3 m³/s. Neste começo de 2015, a vazão está ainda menor: 9,2 m³/s.

Esse ritmo é inferior ao que a Sabesp vem tirando de água do sistema. Na prática, enquanto isso continuar, o nível do Cantareira cairá.

Assim, a segunda etapa do volume morto –porção de água abaixo dos tubos de captação que precisa ser bombeada– poderia acabar em pouco mais de três meses.

Para completar o cenário, os dias estão mais quentes.

A média das temperaturas máximas nos primeiros 15 dias é de 32,5ºC –0,5ºC mais que no mesmo período de 2014, que ficou marcado como o mês mais quente de São Paulo. Com calor, o consumo de água costuma disparar.

Confira o nível dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo:

Alto Tietê: caiu de 10,9% para 10,8%;
Guarapiranga: caiu de 40% para 39,9%;
Alto Cotia: caiu 29,7% para 29,6%;
Rio Grande: caiu de 70,1% para 69,9%;
Rio Claro: caiu de 25,7% para 25,1%.