Reportagem fala sobre o sucesso da parceria entre a prefeitura local e a iniciativa privada para lidar com a questão.

Antonio Tuíze, prefeito de Itu e autor da projeto de parceria com a iniciativa privada

Uma reportagem da revista Exame deste mês de fevereiro destaca a parceria realizada entre a Prefeitura de Itu e a iniciativa privada para a gestão do lixo na cidade. O projeto, de autoria do atual prefeito, Antonio Tuíze, do PSD, foi elaborado em 2010, quando Tuíze era secretário municipal de Administração. Atualmente, o índice de reaproveitamento dos resíduos na cidade é de 15%, um número elevado se levar em consideração a realidade brasileira – das 62 milhões de toneladas de lixo geradas por ano, 37% vão para lixões e 52% vão para aterros sanitários, informa a revista.

“Em Itu, os 170 mil habitantes estão acostumados a separar religiosamente o lixo. A parte orgânica é depositada pela população em contêineres que estão espalhados por quase todos os bairros, e coletada de forma mecanizada por caminhões. O material reciclável é recolhido uma vez por semana, faça sol, faça chuva, por caminhões da cooperativa de catadores locais, que circulam pelas ruas alertando a população sobre sua presença com a ajuda de alto-falantes. Feito isso, o lixo orgânico – e o seco que não é vendido pela cooperativa – é disposto de maneira adequada num aterro sanitário”, diz a reportagem.

Tuíze levou adiante a idéia da parceria em 2010 e a lógica financeira do acordo foi elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo. “Quem levou o contrato de 30 anos, no valor de R$ 1,5 bilhão, foi a Eppo, empresa de gestão de resíduos com sede em São Paulo. Mensalmente, a prefeitura paga à Eppo cerca de R$ 2,5 milhões. Ganha em troca uma gestão de resíduos exemplar, que deve ainda melhorar nos próximos anos”, acrescenta o texto da Exame, acrescentando que a empresa tem o compromisso de investir em uma central de tratamento com tecnologia para transformar o lixo orgânico em energia. Já os resíduos de construção civil poderão ser transformados em produtos a serem utilizados pela prefeitura em suas obras.

Enquanto a prefeitura de Itu repassa R$ 30 milhões à Eppo por ano, ganha em troca um investimento de R$ 140 milhões a serem aplicados na coleta seletiva de lixo, na construção de um novo aterro e a desativação do atual, e na construção da central de tratamento de resíduos. “Resta torcer para que os outros municípios brasileiros, a exemplo de Itu, resolvam dar ao problema do lixo o tratamento que ele merece”, encerra a reportagem.