O presidente nacional do PSD fala ao BR Político sobre o crescimento do partido no cenário nacional e as propostas que defenderá na campanha eleitoral de outubro próximo

 

 

Gilberto Kassab: “Temos posições alinhadas às políticas progressistas e outras às políticas liberais, especialmente no campo da economia”

 

O crescimento do PSD no cenário nacional e as propostas que o partido vai defender na campanha eleitoral deste ano, quando serão eleitos prefeitos e vereadores em todo o País, foram tema da entrevista do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, ao blog BR Político, que o jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta sexta-feira (14) – veja aqui.

Na entrevista, Kassab lembrou que “a fase de prefeitos aventureiros, que não conhecem a cidade, está passando. O candidato vai ter de mostrar que tem condições de montar uma boa equipe. Montar um governo que garanta a governabilidade, que vai ser uma pessoa que vai ter diálogo com a oposição, com o Ministério Público, com imprensa, com o Parlamento”.

Ele também defendeu a importância do centro político para a democracia. “Ser de centro não significa você não ter posições. Temos posições sim e muito claras. Algumas mais alinhadas às políticas progressistas e outras às políticas liberais, especialmente no campo da economia”, disse o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Ciência e Tecnologia.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

BR Político – Qual será a linha do PSD nessas eleições municipais? O partido vai ser mais de centro? Centro-direita?

Kassab – O partido é de centro. Essa história de quem é de centro não é nada, é cascata. O partido é de centro. Defende políticas públicas que se alinham mais a uma economia liberal. Mas defende também, no campo progressista, um peso maior do Estado em políticas públicas de Saúde, de Educação, de Segurança. Essa história que não existe partido de centro, que não tem cara, nada disso. O PSD é de centro. Ser de centro não significa você não ter posições. Temos posições sim e muito claras. Algumas mais alinhadas às políticas progressistas e outras às políticas liberais, especialmente no campo da economia.

A campanha municipal dos candidatos do PSD vai tentar nacionalizar os debates? Vai ter referências, por exemplo, ao governo Bolsonaro ou à política econômica?

A campanha municipal sempre tem um peso quase que total das questões locais. Na campanha municipal, o eleitor quer saber quem é o mais bem preparado para resolver os problemas do município.

Nacionalmente, o PSD tem uma postura de nem ser oposição, nem ser governo, ficando mais ou menos independente…

Mais ou menos não. O PSD é independente. Tem votado favoravelmente a todas as questões que são compatíveis com o que acreditamos que seja bom para o País. Notadamente no campo da Economia. Há muita convergência entre aquilo que prega o governo com o que defende o PSD. Não temos nenhum constrangimento de votar a favor. E nenhum constrangimento de votar contra aquilo que a gente entenda que não está adequado. Nossa posição é a de ajudar o Brasil.

O senhor não se preocupa que, nesse ambiente radicalizado e com risco de polarização, defender a posição de centro poderá ter um custo político?

Mas é a nossa posição. Fora isso, seria você ter uma relação com a sociedade que não é verdadeira.

O que o senhor acha que será o principal tema da campanha municipal?

Os candidatos vão ter de mostrar que conhecem as cidades. Acho que a fase de prefeitos aventureiros, que não conhecem a cidade, está passando. Vai ter de mostrar que tem condições de montar uma boa equipe. Montar um governo que garanta a governabilidade, que vai ser uma pessoa que vai ter diálogo com a oposição, com o Ministério Público, com imprensa, com o Parlamento. Acho que está crescendo cada vez mais o número de eleitores que não querem só a renovação quando não estão satisfeitos com o governo local. Eles querem a renovação mas com qualidade e com experiência.

No Congresso, o PSD está ampliando seus quadros, especialmente no Senado, onde pode se tornar a maior bancada em breve com as filiações de novos parlamentares. Qual o peso disso para o projeto nacional do partido e também para uma eventual ocupação de maior espaço no Senado?

Na medida em que você tem uma dimensão maior, o discurso tem mais repercussão. Quanto maior o partido, maior a repercussão das decisões das nossas posições nas votações. Não pensamos em reivindicar outros espaços no Senado por isso. Qualquer movimento nesse sentido está muito longe e a bancada no Senado vai ter autonomia para definir qual é seu melhor caminho. Nossa bancada no Senado é muito expressiva e vai saber se posicionar. Tem um grande líder, que é o Otto Alencar, muito ponderado e sereno.

A filiação do senador Antônio Anastasia amplia a importância política do PSD em Minas…

Em Minas Gerais, com o número importante de grandes líderes que tem o partido, vamos aproveitar essa reta de chegada para fazer convites para aqueles que queiram acompanhar o Anastasia, queiram acompanhar o senador Carlos Viana, os deputados federais e estaduais, além do prefeito Alexandre Kalil. O objetivo em Minas é trazer as pessoas experimentadas da boa política, nessa reta de chegada. E abrir espaço para os jovens que já mostraram que têm talento. E já definimos a candidatura de Belo Horizonte, que é a da reeleição do Kalil”.

Além de Belo Horizonte, o partido já definiu seus nomes em outras capitais importantes…

No Rio, já definimos o candidato, que é o deputado federal Hugo Leal. E o senador Arolde de Oliveira, que é o presidente do partido no Estado, está agora finalizando a organização da legenda nos outros municípios. Ele está bastante entusiasmado e motivado com essas primeiras semanas de trabalho. Na Bahia, também definimos o candidato em Salvador. É o senador Ângelo Coronel. E o senador Otto Alencar, que é nosso líder no Senado, está muito focado nas candidaturas do interior baiano. E acha que o PSD vai eleger um número muito grande de prefeitos na Bahia.

Como fica São Paulo?

Em São Paulo, já há a definição pelo Andrea Matarazzo. Ele será o candidato a prefeito na capital e já está em campo e muito motivado. E o partido no interior também já tem um bom número de candidatos a prefeitos definidos.