A vila foi construída a partir de meados da década de 1910 pelo português Francisco de Castro. São 37 casas e um palacete que abriga a piscina, então abastecida com água corrente do córrego Itororó.
Conjunto arquitetônico foi tombado, mas atualmente está abandonado.

Conjunto arquitetônico foi tombado, mas atualmente está abandonado.

Desenvolvido na gestão de Gilberto Kassab à frente da Prefeitura de São Paulo, a atual administração anunciou nesta quinta-feira (22) que irá retomar o projeto de restauro da Vila Itororó, na região central da cidade, depois de quase um ano e meio sem qualquer ação. Como previa o projeto da gestão Kassab, o local abrigará um centro cultural multimídia.

A retomada será iniciada após a captação de R$ 4 milhões com a iniciativa privada, divididos entre um banco e uma construtora via lei federal de incentivo à cultura (Lei Rouanet). As obras devem consumir, ao todo, R$ 53 milhões.

Na administração do PSD,  algumas das ações mais importantes foram adotadas, como a desapropriação do imóvel e o atendimento habitacional de todas as famílias que viviam na Vila. Na época, a estimativa de custo para o restauro e implantação do centro era de R$ 43 milhões. A licitação realizada pela SP Obras em 2012 foi homologada no início de agosto daquele ano.

O exótico conjunto de construções que mistura conceitos arquitetônicos e abrigou a primeira piscina particular da cidade deveria receber serviços de restauro e adequação para abrigar museu de artes cênicas, exposições, oficinas, biblioteca, brinquedoteca e restaurante, servindo como um centro de memória do Bixiga, bairro que ficou famoso na cena teatral e por suas cantinas italianas.

Na gestão do presidente nacional do PSD, além da desapropriação do imóvel realizada pelo Governo do Estado e a posterior transferência à Secretaria Municipal de Cultura, as famílias que viviam no local, abandonado e transformado num cortiço ao longo das últimas décadas, foram cadastradas pela Prefeitura e já estão vivendo em imóveis da CDHU construídos na região.

A Folha de São Paulo mostrou a situação do local em reportagem publicada em abril deste ano. Habitada por gatos e cercada por tapumes, a vila fantasma espera pelas obras. O texto mostrava que os vizinhos comemoravam a melhoria na vizinhança com a instalação do centro, mas lamentavam o abandono do poder municipal.

O local passou a ser alvo de moradores de rua e catadores, que furtam as últimas coisas de valor que ainda havia ali. Conforme a reportagem. o ator Paulo Goya, integrante do Conselho Participativo Municipal, afirmou que não havia informações do que seria feito para executar o projeto de revitalização.

A vila foi construída a partir de meados da década de 1910 pelo português Francisco de Castro. Ficou conhecida como Vila Surrealista por causa da arquitetura extravagante, cheia de adornos e carrancas. São 37 casas e um palacete que abriga a piscina, então abastecida com água corrente do córrego Itororó.

Crédito da foto: Heloisa Ballarini / Secom