Schneider e Kassab: Plano de Governo para a educação em elaboração

O PSD (Partido Social Democrático) apresentou neste sábado (26), em encontro que reuniu cerca de 1.000 professores e gestores de educação de 38 municípios paulistas, as primeiras propostas para a elaboração do Plano de Governo do partido para as eleições deste ano ao Governo do Estado. O partido já indicou como pré-candidato à disputa de outubro o presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, tendo a ex-vice-prefeita da Capital, Alda Marco Antonio, como pré-candidata a vice.

O ex-secretário municipal de educação, Alexandre Schneider, que comandou o encontro, comentou as cinco as primeiras propostas para o Plano de Governo do PSD no Estado de São Paulo. Assista.

O encontro deste sábado, em São Paulo, foi o maior já realizado pelo núcleo que está se dedicando a montar o programa de governo do partido para a área da educação. Participaram várias das principais lideranças do partido: além de Kassab e Alda, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles; o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e coordenador do PSD Movimentos, Ricardo Patah; o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, que também é coordenador do Conselho de Desenvolvimento Rural do Espaço Democrático – Fundação para Estudos e Formação Política do PSD; e o ex-secretário de Educação do município de São Paulo, Alexandre Schneider, que é coordenador do Conselho Temático de Educação do Espaço Democrático. Também participaram do evento o presidente do CRECI-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), José Augusto Viana Neto, e o secretário de Coordenação das Subprefeituras na gestão de Kassab na Prefeitura de São Paulo, Ronaldo Camargo.

Comandado por Alexandre Schneider, que é pré-candidato do partido a deputado estadual, o grupo de gestores que organiza o Plano de Governo fará, a partir de agora, reuniões regionais em todo o Estado para colher mais propostas. Para reforçar o processo colaborativo de elaboração do programa, Schneider anunciou a criação, na internet, da Rede Educação (http://educasp.ning.com/), por meio da qual qualquer pessoa pode apresentar ideias, abrir um blog pessoal dedicado ao tema e conhecer as propostas que estão sendo agregadas ao programa. “É um processo democrático, com discussões livres”, disse ele. “O nosso objetivo é lutar pela melhoria da qualidade da educação nas escolas públicas do Estado”.

Foram cinco as primeiras propostas para o Plano de Governo do PSD no Estado de São Paulo.

1 – Valorização profissional – Implementação de plano de carreira semelhante ao construído em parceria com a rede municipal na gestão de Gilberto Kassab à frente da Prefeitura de São Paulo, com valorização da atividade docente e a criação de oportunidades para a atração de novos talentos para a Rede estadual de Ensino.

2 – Ensino integral – Ampliar, com qualidade, de forma sustentável e em escala relevante, as escolas em regime de tempo integral na Rede Estadual, transaformando-as em verdadeiros polos educacionais de suas comunidades, como é o caso dos novos CEUs (Centro de Educação Unificados) e do Centro Educacional e Cultural de Heliópolis, todos abertos na gestão de Kassab.

3 – Inclusão – Instituir programa que ofereça real prioridade aos alunos com deficiência, permitindo atendimento individualizado e qualificado aos alunos, nos mesmos moldes do programa Inclui, da Prefeitura de São Paulo, que pode ser implementado de forma ampla em todo o Estado.

4 – Retorno do ensino de línguas com as melhores escolas – Restabelecimento das parcerias com escolas de ensino de línguas, desenvolvidas durante a gestão do secretário Paulo Renato Souza na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e pagamento de bolsas de intercâmbio para os alunos do Ensino Médio da Rede Estadual desde o primeiro ano.

5 – Regime de colaboração entre o Estado e os Municípios – Efetivação de um real regime de colaboração na área de educação entre o Governo do Estado e as Prefeituras, no Ensino Fundamental e também no Infantil. Apoio em investimentos, formação de profissionais e projetos. Estado e Municípios devem trabalhar juntos, cooperando, não competindo.

O ex-prefeito Gilberto Kassab, pré-candidato ao Governo de São Paulo, destacou que o PSD quer ser identificado pelas pessoas como o partido da educação. “Esta é a nossa prioridade número 1”, disse ele, lembrando a história de seus sete anos de gestão: “Não houve um único, durante este período, em que a educação não foi prioridade”. Kassab disse que embora a legislação municipal, em São Paulo, determine que 31% do Orçamento deva ser aplicado na Educação, sua gestão chegou destinar até 41% ao setor.

Kassab enfatizou a importância de os professores terem um plano de carreira. “Eu já ouvi de muito prefeito e governador que professor só vem aqui para pedir aumento de salário, mas enquanto o salário não for justo, não haverá valorização do profissional, o que é importante para qualquer cidadão”.

Meirelles: recuperação do nível de execelência

Henrique Meirelles falou sobre a importância da educação na construção de um país moderno lembrando o caso de Cingapura, país que visitou pela primeira vez há mais de 20 anos, ocasião em que ouviu do líder Lee Kuan Yew uma importante lição. “Ele me disse que lá eles não gostam de despesas públicas, gostam de investimentos; e contou que o maior dos investimentos que fazem é em educação porque é mais importante, por exemplo, que a construção de uma estrada: quem faz a estrada é quem estuda”. O ex-presidente do Banco Central disse que a educação, no Estado de São Paulo, já teve um nível de excelência e pode voltar a recuperar essa condição.

Ricardo Patah, do PSD Movimentos, apontou o caso recentemente divulgado pela mídia, de crianças estudando em classes sem carteiras no Norte do País, para destacar que “escola precisa ter estrutura completa para os alunos e professores”.

Alda Marco Antonio, que é coordenadora do PSD Mulher e vem fazendo um intenso trabalho de inserção feminina na política, disse que “nenhuma mudança importante vai acontecer enquanto as mulheres estiverem afastadas das decisões importantes”. Ela lembrou o fato de que nas últimas eleições municipais apenas 8% dos eleitos foram mulheres. “Queremos mulheres nas principais mesas de decisão”, disse.