O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, definiu a fonte de luz síncrotron Sirius como uma futura “meca”, capaz de atrair pesquisadores e projetos do mundo todo, nesta sexta-feira (15). Ele visitou as obras do acelerador e os quatro laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) – organização social qualificada pelo MCTIC –, em Campinas (SP).
“Quando concluídas todas essas intervenções, nós teremos a oportunidade de levar o Brasil a uma posição de mais relevância no campo da pesquisa e receber aqui inúmeros projetos, que serão dependentes dos nossos estudos, a partir do estabelecimento de parcerias”, disse o ministro. “O Sirius será uma ‘meca’ para onde virão cientistas e trabalhos desenvolvidos em todo o mundo. A nova fonte de luz síncrotron deve valorizar de maneira significativa a ciência nacional e o próprio país, graças a brasileiros que carregaram esse idealismo”, completou Kassab.
Desde dezembro de 2014, o Brasil constrói a fonte Sirius, um dos primeiros anéis de armazenamento síncrotron de quarta geração no planeta, projetado para ter o maior brilho dentre os equipamentos na sua classe de energia. A estrutura deve contribuir para a internacionalização da ciência brasileira, por meio do aumento da presença de estrangeiros como usuários do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), unidade do CNPEM. Hoje, as obras estão 28% concluídas.
A radiação síncrotron é uma ferramenta científica voltada a analisar diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos. Atualmente, o LNLS opera a única fonte da América Latina, o anel UVX, máquina de segunda geração. O Sirius deve abrir novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física e ciências ambientais.
No campus do CNPEM, além das obras do Sirius e do LNLS, o ministro conheceu os laboratórios nacionais de Biociências (LNBio), de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) e de Nanotecnologia (LNNano).
Conhecimento – A visita de Kassab ao CNPEM integra uma série de viagens para atualizar o ministério sobre empreendimentos, parcerias e programas de unidades de pesquisa e organizações sociais ligadas à pasta. Desde que assumiu o MCTIC, ele esteve em Campina Grande (PB),Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Manaus (AM), Tefé (AM) e São José dos Campos (SP). O ministro conheceu, ainda, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), na capital fluminense, e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), em Campinas (SP), onde anunciou vagas para ensino profissionalizante.
“Nossa ideia é percorrer todo o Brasil, para conhecer o que está sendo feito, procurar colocar o ministério à disposição para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir de uma melhor maneira, com mais eficiência, para identificar desacertos e, mais do que isso, para homenagear aqueles que há tantas décadas contribuem com o fortalecimento da pesquisa no país”, afirmou.
O ministro se declarou “encantado” com a capacidade da ciência brasileira de produzir com poucos recursos. “Ela tem mostrado que responde bem ao apoio que tem recebido. E isso eu tenho visto por todo o país”, comentou.
Para Kassab, ao reforçar ainda mais a relevância científica de Campinas, o Sirius pode gerar emprego e renda à cidade e sua região metropolitana, “porque nós vamos ter uma movimentação muito grande na cadeia de comércio, serviços e turismo, já que as pessoas virão de todas as partes do país e do mundo para, aqui, absorver conhecimento e estabelecer parcerias”.
Avaliação – O diretor-geral do CNPEM, Rogério Cerqueira Leite, sugeriu a criação de um grupo de trabalho formado por cientistas notáveis, em busca de traçar uma “radiografia” de projetos e institutos de pesquisa ligados à pasta.
“Estou convencido de que precisamos dar mais apoio à nossa ciência”, destacou Kassab. “Então, o meu papel como ministro será justamente trazer para o nosso lado expoentes e talentos da pesquisa, para que juntos possamos atender a esse objetivo. O professor Cerqueira Leite e outras pessoas, que vamos convidar, devem nos ajudar a encontrar maneiras de justificar mais recursos do Poder Público e da iniciativa privada, para que possamos investir na ciência e efetivamente oferecer qualidade de vida para o povo brasileiro.”