Em entrevista ao vivo ao site El País nesta quarta-feira (26), o pré-candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo, de 63 anos, falou de seus planos para gerir a capital paulista e apontou a desigualdade como o maior desafio a ser superado pelo próximo prefeito: “Essa política antiga que vem sendo feita em São Paulo tem deixado a periferia estacionada no século XIX”, diz.
Na entrevista aos jornalistas Gil Alessi e Heloísa Mendonça, Matarazzo disse que pretende ser “o candidato das pessoas que gostam de São Paulo, não vou entrar nessa de direita ou de esquerda. Até porque, buraco e vaga de creche não são de esquerda nem de direita. O paulistano quer ver seus problemas resolvidos”, afirma o empresário, cujo sobrenome batiza o edifício sede da Prefeitura da maior cidade do país.
Empresário do ramo industrial, Matarazzo já foi ministro da Comunicação, atuou na Prefeitura paulistana durante a gestão de Gilberto Kassab e exerceu o cargo de vereador na capital. Ele contará com o apoio do grupo de renovação política suprapartidário chamado Livres, de inspiração liberal. Duro crítico da gestão de Bruno Covas (PSDB), Matarazzo avalia que a cidade errou muito no combate à covid-19.
Um dos equívocos, segundo o pré-candidato, foi o prefeito ter optado por diminuir a frota de ônibus durante os primeiros meses de quarentena da pandemia. “Quem tinha que trabalhar acabou tendo que se aglomerar nas plataformas. Mantiveram o rodízio normal, depois as placas par e ímpar, foi péssimo para a saúde da população”, disse na conversa com o El País
Para o pré-candidato, a situação do desemprego na capital paulista, que já sofre com os impactos da crise do coronavírus, será dramática em 2021. “A prioridade hoje já precisa ser contornar o desemprego. Tem que olhar esse aspecto.” Na avaliação de Matarazzo, para que a economia na cidade consiga ficar de pé e volte a gerar novos postos de trabalhos, serão necessários programas de refinanciamento de impostos e de linhas de microcrédito para as empresas.
O empresário defende ainda que as oportunidades cheguem a todas a franjas da cidade. “As pessoas não querem vir para o Centro. Elas querem que a cidade chegue na região delas.”
Matarazzo ressalta que o auxílio emergencial do Governo Federal “evitou o caos social”, mas pondera que, com o possível fim do programa até o fim do ano, o município terá que pensar, em eventualmente, complementar a renda da população mais vulnerável. “No primeiro ano do mandato será necessário optar mais por essa questão emergencial do que obra física”, diz ele.
De acordo com o pessedista, uma cidade como São Paulo tem forte dependência dos Governos estadual e federal e, por isso, defende uma boa relação institucional entre eles. “Você não pode deixar o luxo de gostar ou desgostar. Eu tenho que defender o interesse de 12 milhões de pessoas. Um monte gosta do presidente [Jair] Bolsonaro, do [João] Doria e de outros. Preciso estar acima de tudo isso”, diz.