A facilidade com que os criminosos agem em São Paulo está levando os paulistanos a mudar a rotina. Seja em questões relacionadas a atividades simples, como caminhar com um cachorro, ou na definição de planos mais ambiciosos, como abrir um estabelecimento comercial, a vida na maior e mais rica cidade do país é cada […]

 

A facilidade com que os criminosos agem em São Paulo está levando os paulistanos a mudar a rotina. Seja em questões relacionadas a atividades simples, como caminhar com um cachorro, ou na definição de planos mais ambiciosos, como abrir um estabelecimento comercial, a vida na maior e mais rica cidade do país é cada vez mais influenciada pela falta de segurança.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição de domingo (3/8) apresenta exemplos de como o crescimento da violência em São Paulo afeta a vida das pessoas, sem que o poder público se apresente para enfrentá-lo. Tomando como base relatório da Secretaria Estadual de Segurança Pública, o jornal mostra que roubo é o tipo de crime que mais cresce em São Paulo, e que ele está no 13° mês consecutivo de alta. Celulares, carros e documentos, incluindo cartões de crédito, são os itens mais visados pelos ladrões. Os aparelhos de telefonia móvel são levados em 57% dos casos de roubo.

O coronel aposentado da Polícia Militar, atualmente consultor em segurança pública, José Vicente da Silva, foi ouvido pelo jornal e fez uma avaliação pragmática da situação: “Em Nova York, o crime foi reduzido com gestão e cobrança. Aqui, a própria Polícia Civil reconhece que só 2% dos casos de roubo são esclarecidos”. Sobre o alto índice de roube de celulares, o especialista completa: “O comércio paralelo quase não sofre fiscalização. É uma facilidade muito grande para os criminosos”.

A gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo seguia exatamente na linha defendida pelo coronel José Vicente da Silva. Com investimentos em gestão e fiscalização, a política de segurança na cidade era mostrar o poder público presente, sem dar espaços para avanço de atividades criminosas.

A Operação Delegada foi uma das ferramentas utilizadas para combater esse tipo de crime. Formulada por meio de um convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a Operação Delegada colocou mais de 4 mil policiais para atuar nos principais pontos comerciais da cidade. Na região da Rua 25 de Março, a mais movimentada de São Paulo, a operação reduziu os índices de roubo em 59%. Em áreas comerciais da Mooca, Santo Amaro e da Sé, por exemplo, houve queda de 70% na criminalidade.

O combate ao comércio irregular, que vende produtos contrabandeados ou roubados, apresentou resultados expressivos para São Paulo na proteção ao cidadão e aos comerciantes que trabalham regularizados, inclusive vendedores ambulantes. Somente em 2012, último ano da gestão Kassab, foram apreendidos mais de 13,8 milhões de itens, cerca de 1,15 milhão por mês.

Todo esse trabalho teve apoio de um amplo sistema de monitoramento, que, durante a gestão Kassab, passou a integrar câmeras de diversos setores da administração pública. Na época em que foi iniciado o processo de compartilhamento de informações, São Paulo contava com 3.856 câmeras externas, divididas entre a Central de Zeladoria da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, Guarda Civil Metropolitana, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação e Polícia Militar.