Mais de cem vidas salvas no trânsito de São Paulo. Essa foi a grande notícia que a cidade recebeu no dia em que completou dois anos de vigência o Programa de Proteção ao Pedestre (PPP), implantado na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab. Segundo dados divulgados pela CET, empresa que administra o trânsito na capital paulista, o número de mortes de pedestres caiu 20,4% na Capital neste período. Entre 11 de maio de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, a cidade registrou 534 pedestres mortos por atropelamento. De maio de 2011 a 28 de fevereiro de 2013, esse número caiu para 403. Portanto, 131 vidas poupadas de acidentes fatais.
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O Programa de Proteção ao Pedestre é um conjunto de ações destinadas a educar motoristas e os próprios pedestres, com o objetivo de reduzir o número de mortes por atropelamento na cidade. Agentes da CET foram inicialmente colocados nos pontos de maior incidência de acidentes, utilizando diversas ações pedagógicas para alertar e conscientizar os paulistanos sobre a importância do respeito ao pedestre.
Ao mesmo tempo, a CET intensificou a fiscalização para combater infrações muito comuns até então no trânsito paulistano, tais como deixar de dar preferência ao pedestre ou a veículos não motorizados na faixa de travessia ou que estejam atravessando a transversal; deixar de dar seta, indicando mudança de direção, ou mesmo parar sobre a faixa de pedestres na mudança do semáforo.
De acordo com os dados revelados agora pela CET, na região central da cidade (considerada a primeira Zona de Máxima Proteção ao Pedestre – ZMPP) a queda no número de mortes foi ainda maior, de 44,1%. No primeiro período de comparação (maio de 2010 a fevereiro de 2011), 34 pedestres foram mortos por atropelamento. No segundo período (maio de 2012 a fevereiro de 2013), foram 19.
Outro dado importante levantado pela CET mostra uma alteração significativa na quantidade de motoristas que dizem respeitar a travessia de pedestres: agora há três vezes mais motoristas declarando ter esse cuidado.
Outro estudo realizado pela CET no mesmo período na capital paulista revelou dados importantes sobre o comportamento dos pedestres. Diferentemente do que supõe o senso comum, diz o estudo, 83,3% dos pedestres atravessam, sim, na faixa a eles destinada. “Mas um em cada quatro o faz se distraindo com o aparelho celular enquanto caminha”, afirma o documento. De uma amostra de 18.353 pedestres pesquisados, 23,8% (4.368 pessoas) utilizavam o aparelho telefônico móvel para digitar, falar ou ouvir durante a travessia, o que é arriscado. Além disso, o pedestre não costuma aguardar o semáforo ficar verde para ele e decide atravessar na brecha do intervalo veicular.
O estudo da CET mostra ainda que o percentual de obediência dos pedestres ao semáforo é relativamente baixo – cerca de 30%, ou seja, menos de um terço do total. De uma amostra de 40.909 pedestres colhida em sete cruzamentos, apenas 29,4% atravessavam a via no sinal verde.
Com o Programa de Proteção ao Pedestre, a gestão de Gilberto Kassab desencadeou uma maciça campanha publicitária na mídia, chamando a atenção para o respeito à faixa de pedestres na cidade. Essa publicidade – aliada à redução dos limites de velocidade nas principais ruas e avenidas paulistanas – certamente foi um dos fatores que geraram outra boa notícia para a cidade de São Paulo: o número de mortes em acidentes de trânsito continua caindo.
Em janeiro e fevereiro de 2013, foram 146 vítimas fatais. Desse total, 61 eram pedestres. No mesmo período do ano passado, foram 216 mortos e, no ano anterior, 231.Desde 2005, quando a CET começou a registrar esse acompanhamento estatístico, oS dois primeiros meses de 2013 foram os que tiveram menos mortes no trânsito. Das 146 vítimas, 46 eram motociclistas, 37 motoristas e 2 ciclistas.
De acordo com a CET, a maior obediência à faixa de pedestres ocorreu no cruzamento da avenida Ipiranga com a rua Santa Ifigênia, na região central da cidade. O maior índice de desobediência, por sua vez, foi registrado na interseção das ruas Riachuelo com Quintino Bocaiúva, também na região central. Os pedestres mais obedientes em relação ao farol foram registrados no cruzamento das ruas Haddock Lobo com Luís Coelho. Os mais desobedientes, por sua vez, foram os que usam o cruzamento da avenida Paulista com a rua Augusta