
Chorão: governo federal não atendeu expectativa da categoria
Redação: Scriptum com Congresso em Foco
Passados quatro anos desde que ganhou visibilidade durante a greve de caminhoneiros de 2018, Wallace Landim, o Chorão, mudou de domicílio eleitoral, filiou-se ao PSD e agora é pré-candidato a deputado federal por São Paulo.
Se há quatro anos ele fazia campanha para Jair Bolsonaro, agora constrói uma artilharia contra o nome escolhido pelo presidente da República para concorrer ao governo do Estado, Tarcísio de Freitas, que foi ministro da Infraestrutura.
Chorão diz ter se arrependido do apoio que deu a Bolsonaro. As críticas se tornaram mais regulares diante dos sucessivos aumentos de preço nos combustíveis – 24% somente em março – e seguem por denúncias de obras incompletas em estradas, dificuldade de acesso a políticas de crédito para a categoria e perda de mercado por favorecimento a outros setores, como hidroviário.
“Muitas demandas nossas correspondem ao Estado de São Paulo e vou apontar questionamentos que correspondem a promessas não cumpridas deles (Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro)”, diz Chorão.” Se não cumpriu quando estava no ministério, ele vai cumprir no governo de São Paulo?”.
Antes de decidir se candidatar Chorão teve pelo menos duas longas conversas com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, a última delas no dia 1º de abril, fim do prazo da janela partidária. “Tive uma conversa muito produtiva com Kassab e ele colocou que via um potencial grande na minha candidatura”, conta.
As conversas foram intermediadas pelo deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros, que articulou o ingresso de outras 21 lideranças dos caminhoneiros no PSD. Todos visando a disputa para cargos nos legislativos federal e estadual. Nove delas com promessa de legenda para disputar cadeiras na Câmara dos Deputados.
Para os caminhoneiros, Bolsonaro e Tarcísio apoio o projeto de incentivo à navegação de cabotagem, conhecido como BR do Mar, em detrimento do transporte rodoviário. “Entregaram nossa matriz rodoviária”, diz Chorão. “Para nossa categoria, a única coisa que saiu do papel foi o Roda Bem Caminhoneiro, que é o incentivo para as cooperativas, mas que mesmo assim saiu do Ministério da Cidadania”, critica.