A água de esgoto transformada em reúso será lançada no rio Capivari e, a seguir, puxada de volta para uma nova etapa de tratamento antes de seguir para as torneiras.

 

Rio Atibaia terá a sua captação de água melhorada

Rio Atibaia terá a sua captação de água melhorada

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira (31) informa que Campinas será a primeira cidade do país a usar esgoto tratado para o consumo direto da população. Conforme o jornal, a obra, orçada em R$ 12 milhões, será bancada pela concessionária que administra o aeroporto de Viracopos e deve terminar em 18 meses.

Atualmente, o esgoto tratado na cidade é transformado em água de reúso, que, em seguida, é em parte despejada no rio Capivari. O rio abastece cerca de 7% da cidade de 1,1 milhão de habitantes. A água de reúso tem 99% de pureza, mas não serve para consumo humano.

Parte dela é utilizada pelos bombeiros e pela prefeitura, para regar praças e jardins, por exemplo, e vendida para empresas. Outra parte é despejada no rio Capivari. Com uma adutora de 19 km, a água de reúso será lançada no rio antes do ponto no qual atualmente é captada para tratamento.

Ou seja, a água de esgoto transformada em reúso será lançada no rio e, a seguir, puxada de volta para uma nova etapa de tratamento antes de seguir para as torneiras. A Aeroportos Brasil Viracopos ficará com 10% da água de reúso produzida. Os outros 90% serão encaminhados para tratamento.

O jornal informa que, segundo Marco Antônio dos Santos, diretor-técnico da Sanasa (empresa mista de água e esgoto do município), a análise com cloro passou em todos os requisitos da portaria 2.914, que dispõe sobre a qualidade da água para consumo humano.

A concessionária terá um desconto na conta de água do aeroporto, que hoje é de cerca de R$ 200 mil mensais. No mesmo período, a Sanasa pretende melhorar a captação da cidade no rio Atibaia, que abastece 93% da população, ao melhorar a qualidade do esgoto tratado que é despejado no ribeirão Anhumas, um afluente.

Foi anunciada ainda a contratação de uma empresa para analisar a viabilidade uma represa com capacidade para manter Campinas abastecida por, no mínimo, 77 dias.