Uma nova favela surgiu na região da Cracolândia, centro da capital paulista. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (20), uma multidão se amontoa em volta dos 48 barracos em busca das pedras de crack em uma feira de drogas que acontece 24 horas por dia na nova “favelinha” da Cracolândia.
Conforme a reportagem, a aglomeração mostra que, quase na metade de seu mandato, a gestão Fernando Haddad (PT) não conseguiu reduzir o fluxo de dependentes químicos na região. Ao contrário. Deparou-se com o aumento da frequência de usuários e traficantes, mesmo após o lançamento de um programa que dá emprego e moradia a viciados, batizado de Braços Abertos.
A distribuição das pedras de crack acontece ao lado da sede do programa de tratamento de dependência do Estado, o Recomeço, e do ônibus da Guarda Civil Metropolitana dotado de câmeras que monitoram o movimento. O veículo, da prefeitura, chegou neste ano à região. A poucos metros dali fica uma base da PM, que também não interfere na aglomeração.
O vaivém de usuários com uniforme do Braços Abertos em busca de drogas é constante. Ao lado da favela, moradores de um edifício relatam medo de sair às ruas.
Ações de Kassab
Em sua gestão na Prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab adotou uma série de medidas para atender dependentes químicos da região da Cracolândia.
Um marco foi a criação, no Bom Retiro, do Complexo Prates, abrigo com capacidade para 1.200 vagas que integrou, no mesmo espaço, atendimento social e médico especializado. Ali, foram instalados uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), ambos com funcionamento 24 horas.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas chegaram a 25 unidades e os Centros de Convivência e Cooperativa (CECCO), a 21. Dois Ambulatórios de Especialidades em Saúde Mental (AE) e dez Residências Terapêuticas Especiais (RTE), específicos para o tratamento para dependentes de álcool e drogas, foram criados – as RTEs reforçam o sentimento de independência e recolocam o usuário no convívio social no final de seu tratamento.
Ainda durante a gestão de Kassab foi criada a Ação Integrada Centro Legal, que estruturou uma rede de referência de equipamentos de saúde para receber os dependentes químicos, identificados, cadastrados e encaminhados por meio do Programa Saúde nas Ruas, cujas equipes eram formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários.