A Assembleia Legislativa de São Paulo ganhou na última sexta-feira (14) mais um colegiado. Por iniciativa do deputado estadual Coronel Camilo, do PSD, foi lançada a Frente Parlamentar da Família, Cidadania e Cultura. Por meio dela, o parlamentar pretende criar debates para organizar medidas que resgatem valores éticos e morais e ainda mantenham as tradições da família na sociedade. O evento foi realizado em conjunto com a Sessão Solene em homenagem ao Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) – desenvolvido nas escolas.
“Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é o uso de drogas entre os jovens e a perda do respeito aos valores, tradições e autoridade familiares”, afirmou Coronel Camilo, que parabenizou o trabalho de 22 anos do PROERD na prevenção ao uso de drogas em São Paulo, enfatizando que o programa será o foco de atuação da Frente Parlamentar. “Sem conceitos básicos de cidadania, ordem e moralidade, o indivíduo fica sem rumo e, muitas vezes, parte para o crime”, complementa Camilo, que também preside a Frente Parlamentar de Segurança Pública na ALESP desde abril.
O professor doutor Paulo Nathanael Pereira de Souza, membro da Academia Brasileira de Educação, foi um dos participantes e falou sobre a ‘nova’ Polícia Militar, que atua não apenas na repressão de crimes, mas também na prevenção de delitos. Neste sentido, o professor comenta a importância da construção de um cidadão vinculado às diretrizes da família, como base da prevenção à criminalidade.
“Precisamos resgatar o conceito do indivíduo que tem ‘berço’, não no sentido da riqueza, mas no sentido dos valores e princípios ensinados e transmitidos na raiz da família”, afirma. “A família é a base do comportamento moral e ético do indivíduo e da compreensão dos seus direitos e deveres”, completa ele. Paulo Nathanael, que também é membro da Academia Paulista de Letras, acredita que uma nova cultura de massa propaga a ideia da destruição da família como forma de atingir o progresso, distorcendo o conceito colaborativo e estabilizador do núcleo familiar. “Há um total vazio na vida doméstica”, pondera.
Entre os aspectos colocados em debate no lançamento da Frente, foi questionado até que ponto os pais ainda sabem educar seus filhos e qual o papel da escola neste processo. Os membros acreditam que estes fatores têm uma influência direta na estabilidade social do País. Entre as críticas, destaca-se a preocupante atual geração de jovens, conhecida, nas palavras do Professor Nathanael, como “nem-nem” (nem estuda, nem trabalha), que prolongam a ‘infância’, deixando de assumir suas responsabilidades como cidadão adulto.
A Frente, que será composta por outros 20 deputados da Casa, irá propor também projetos de lei voltados para a inclusão de temas relativos à família e cidadania nos currículos escolares da educação básica, sempre visando o bem estar da criança e do adolescente. Também está prevista entre as atividades do grupo a elaboração de palestras e seminários sobre família, ética e moral, além do fortalecimento do PROERD.
Presença na Frente – Entre as autoridades que estiveram na mesa de abertura destacam-se os deputados Itamar Borges e Coronel Telhada, Coronel Kenji Konishi, Diretor da Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da Polícia Militar e Coordenador Estadual do PROERD, Coronel Júlio Antônio de Freitas Gonçalves, Superintendente da Cruz Azul, Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas e presidente Emérito do Centro de Integração Empresa Escola – CIEE São Paulo, além do Professor Doutor Paulo Nathanael Pereira de Souza, membro da Academia Brasileira de Educação.
Na plateia, prestigiaram a solenidade os professores estaduais e municipais, acadêmicos, juristas, lideranças religiosas e comunitárias, policiais militares e crianças entre 9 e 10 anos – a maioria das escolas EMEF João Carlos da Silva Borges e Colégio da PM – Unidade Penha.
Para participar, o cidadão pode propor temas para debate, encaminhar projetos que cooperem com o aprimoramento do conceito de família, a importância do professor e a conscientização da cidadania; e na edição de leis que ampliem a sensação de pertencimento e engajamento comunitário do cidadão.