Deputado estadual do PSD diz que ouvidor está extrapolando suas atribuições, buscando exposição pessoal e prejulgando as ações da Polícia Militar de forma irresponsável.

O deputado estadual paulista Coronel Camilo, do PSD, encaminhou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pedido de imediata exoneração do Ouvidor das Polícias do Estado, Dr. Julio Cesar Neves.

“Ele está extrapolando suas atribuições, buscando exposição pessoal e, acima de tudo, prejulgando as ações da Polícia Militar de forma irresponsável”, aponta Camilo, referindo-se à mais recente ocorrência da Vila Andrade, na zona Sul da Capital, quando um menor morreu em confronto com a PM após furtar um veículo.

Para Camilo, pela Lei 826/97, o ouvidor deve se restringir apenas às suas atribuições. A principal delas é receber comunicações de terceiros e, por fim, passar os casos para apuração das autoridades. “Não consta no referido termo legal que cabe ao Ouvidor se manifestar, tecer críticas ou fazer comentários sobre os fatos”, completa o deputado, que é presidente da Frente Parlamentar de Segurança e Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia.

O parlamentar do PSD refere-se especialmente a três declarações do ouvidor, divulgadas em sites de notícias. O UOL publicou declaração na qual ele classifica como “risco à democracia” a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizada pelo PT na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema. Ao Globo, Julio Cesar Neves definiu como truculenta a ação de policiais que desocuparam escolas e desobstruíram vias bloqueadas por estudantes. E à Veja, disse que policiais atiraram para matar em um menor de idade que havia roubado um carro e, ao ser abordado por policiais, reagiu com tiros.