Após dois convites do deputado estadual paulista Coronel Camilo (PSD) e uma convocação, o Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Julio Cesar Neves, compareceu à Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa para explicar seus últimos posicionamentos contra a Polícia Militar de São Paulo, em ocorrências de resistência.

Neves disse que suas entrevistas sobre policiais envolvidos em ocorrências estão corretas, já que ele esteve presente em muitas destas ações. Em uma delas, contou, observou de cima de um viaduto a PM fazer a desocupação em uma escola.

Camilo defendeu os policiais militares ao mencionar os prejulgamentos de Neves na imprensa e disse que o Ouvidor presta um desserviço à população. “Com muita frequência o ouvidor vem a público criticar, precipitadamente, os policiais militares, fazendo julgamentos sem ao menos ter conhecimento da ocorrência”, explicou Camilo.

A reunião durou pelo menos três horas e teve a presença de outros deputados. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Comissão, Delegado Olin (PP).

Assista a trechos da reunião na Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa:

Em maio, Camilo encaminhou ao governador um pedido de exoneração de Neves, com o argumento de que ele extrapola as atribuições que lhe cabem, que é ouvir denúncias e encaminhar aos órgãos competentes. Em pelo menos três casos, segundo Camilo, o Ouvidor deu entrevistas criticando as tropas da PM. Posteriormente, o deputado ainda elaborou um Projeto de Lei Complementar para que seja modificada a forma de escolha do Ouvidor. O parlamentar quer que outras entidades participem das indicações e não apenas o Conselho de Direito da Pessoa Humana (CONDEPE), já que isso é, de acordo com Camilo, um verdadeiro “monopólio”.