Relator da comissão, o vereador Coronel Salles (PSD) discutiu o tema com representantes do Metrô-SP e da ViaMobilidade

Coronel Salles: “O vilão da cadeia do furto e comércio ilegal de cobre é o receptador, ele é o incentivador”

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Os vereadores de São Paulo que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Furtos de Fios e Cabos ouviram nesta quinta-feira (22) representantes do Metrô-SP e da ViaMobilidade, que relataram transtornos provocados por esse tipo de ocorrência na capital paulista. “O vilão da cadeia do furto e comércio ilegal de cobre é o receptador, ele é o incentivador. Explora a dependência química, mas explora também a vulnerabilidade social de pessoas e lucra com a tragédia humana. E, ainda, o brasileiro que compra este produto de origem ilícita”, afirmou o relator da CPI, o vereador Coronel Salles (PSD).

O parlamentar também defendeu a apresentação do relatório final da comissão em Brasília, para que seja possível mudar a legislação e punir, principalmente, o receptador. “Nós precisamos aumentar o apenamento dos crimes de receptação e dizer que, por vezes, o crime de receptação, o crime de furto tratado como de menor potencial ofensivo, pode, inclusive, causar um acidente com repercussões inimagináveis em relação à integridade física das pessoas.”

Eduardo Agrella Carvalho, chefe do Departamento de Segurança Pública do Metrô, e Hamilton da Silva Trindade Filho, gerente executivo de Atendimento da Via Mobilidade, responderam aos questionamentos dos parlamentares. “Há um impacto significativo quando ocorre furto ou rompimento de cabos. O que mais me preocupa são os cabos energizados, pois podem interromper todo o sistema. A maior parte das pessoas que furtam está em condições terríveis de rua. Então, o que elas fazem é pular muros, entrar em salas e cortar os fios e cabos”, disse Eduardo. Ainda segundo ele, os mecanismos de segurança utilizados para evitar os furtos nas vias são alarme de intrusão, videomonitoramento, agentes de segurança com motos ao longo da linha, além dos postos permanentes 24 horas.

O gerente executivo de Atendimento da ViaMobilidade ressaltou que as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, com 80 quilômetros e 40 estações, registram muitas ocorrências. “Temos desde furtos nas plataformas, o que gera falta de iluminação na estação, até furtos de cabos dos trens”, informou Hamilton da Silva.