O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado neste sábado (18), é uma demonstração de que o tema ganhou muita relevância no Brasil nas últimas décadas, mas é preciso seguir adiante e defender a ideia de que cada pessoa assuma o compromisso de levar à frente essa preocupação. Essa foi a tônica do Encontro Democrático realizado nesta quarta-feira (15) pelo Espaço Democrático (fundação do PSD para estudos e formação política), em conjunto com o núcleo feminino do partido, o PSD Mulher.
O evento, transmitido ao vivo pela página do Espaço Democrático no Facebook, foi aberto pela coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, que destacou a importância do tema, dadas as trágicas consequências que os abusos sexuais provocam nas crianças e adolescentes, marcando suas vidas para sempre. Para Alda, a discussão dessa questão pelas mulheres é essencial, pois dá a elas instrumentos para detectar se há algo errado com seus filhos e adotar providências.
Ela lembrou que todos os núcleos do PSD Mulher no País foram convidados a assistir às palestras pelo Facebook e que a íntegra do debate será disponibilizada no próprio site da fundação Espaço Democrático e que uma publicação impressa será distribuída posteriormente a todos os interessados.
Coordenado pela senadora suplente Ivani Boscolo, o encontro teve palestras da psicóloga Ângela Lupo, do Ambulatório de Violência Sexual e Aborto Legal do Hospital Perola Byngton, e da assistente social Beatriz Pakrauskas, especialista em proteção e prevenção à violência doméstica contra a criança e o adolescente da Faculdade Paulista de Serviço Social.
Em sua palestra, a assistente social Beatriz Pakrauskas destacou a importância de se conhecer o passado, “para não repetir erros”, e fez um relato do processo que levou a sociedade brasileira a tomar consciência da gravidade do problema representado pelos abusos sexuais das crianças e adolescentes. Segundo contou, a questão entrou na agenda da sociedade civil no final dos anos 1980 e posteriormente envolveu também o poder público, com a criação de organismos de prevenção e combate a esses crimes nos âmbitos federal, estadual e municipal. Houve, por exemplo, programas adotados pelo Governo de São Paulo no período em que Alda Marco Antonio foi secretária estadual do Menor (1987-1992), sendo que algumas dessas iniciativas foram escolhidas como modelos para outros países e divulgadas no mundo pela UNICEF (a agência da ONU para a infância).
Para o futuro, enfatizou Beatriz Pakrauskas, o mais importante “é a direção e não velocidade”. Ela lembrou que existem políticas e diretrizes definidas para o tratamento dessa questão não só no Brasil mas no mundo todo e que é dever de cada pessoas assumir o compromisso de levar essa preocupação adiante.
Por sua vez, a psicóloga Ângela Lupo relatou sua experiência no Ambulatório de Violência Sexual e Aborto Legal do Hospital Perola Byngton e apresentou informações sobre os tipos de abusos sofridos pelos pacientes, sobre as formas de identificar casos de abuso e ações preventivas que podem ser adotadas pelas famílias. “O mais importante, porém, é o diálogo e o exemplo”, concluiu.