O uso do chamado volume morto da água do sistema Cantareira não foi capaz de afastar o risco de um racionamento traumático para 8,8 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.

“Não se brinca com fogo” é um famoso ditado. Pois alguém precisa dizer para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também não se deve brincar com água.

O uso do chamado volume morto da água do sistema Cantareira não foi capaz de afastar o risco de um racionamento traumático para 8,8 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.

O governo de Alckmin, que concorre à reeleição, garante o abastecimento dos consumidores servidos pelo Cantareira até março do ano que vem.

Por enquanto é verdade que não houve racionamento generalizado, mas há diversos relatos de interrupção no fornecimento de água.

Se isso já basta para deixar a população insatisfeita e com medo, há notícias piores. O jornal “Folha de S.Paulo” mostrou que a água pode acabar já em outubro.

Os reservatórios estão em níveis baixíssimos. Com o tempo seco e sem chuva, não entra água no sistema.

Para piorar, a Sabesp diminuiu a campanha na TV em que pedia para a população maneirar no consumo. Parece claro que é uma decisão política, já que em revistas, jornais e rádios a propaganda continua a circular.

Com tanta gente ligada nas transmissões de jogos da Copa, o governo deve temer o prejuízo eleitoral da campanha na televisão. A eleição de outubro, afinal, está logo aí.

Os paulistas querem água, mas não só até outubro. E é isso que está em jogo.

Só que, de olho apenas na agenda eleitoral e contando somente com o imprevisível calendário de chuvas, Alckmin não vai ajudar a população. Pelo contrário, é capaz até de perder votos. Esse tema é fundamental.

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