O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defendeu na manhã desta quinta-feira (28), em reunião na Associação dos Lojistas do Brás (Alobras), em São Paulo, que o Brasil faça com urgência as reformas fiscal e tributária. “Só com as reformas poderemos aumentar a participação de São Paulo e também dos demais Estados nos recursos que vem da União, o que permitirá aumentar investimentos em todas as áreas, inclusive na infraestrutura urbana”, disse aos cerca de 50 empresários que participaram do encontro.
Alfredo Cotait, que acompanhou a visita, lembrou que o PSD é um partido engajado na defesa do desenvolvimento da atividade empresarial. “Tivemos importante participação na recente atualização do Simples, que agora atende também ao setor de serviços”.
Kassab ouviu de dirigentes da Alobras – que representa 5 mil lojas e prevê faturar R$ 12,8 bilhões este ano – que o movimento do polo comercial caiu muito com a proibição da circulação de ônibus na região – eles traziam pessoas de todo o Brasil, mas especialmente do interior do Estado de Paulo, para turismo de compras.
Kassab apontou a importância das parcerias do poder público e a iniciativa privada. Lembrou de uma importante iniciativa deste tipo durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo, na região do Largo da Concórdia, na Mooca. A região era urbanisticamente caótica, ocupada por camelôs que vendiam produtos sem comprovação de origem, prejudicavam o comércio formal e tomavam o espaço público das pessoas. Depois de um grande projeto de reurbanização, o polo comercial e o próprio Largo da Concórdia foram transformados.
Kassab defendeu que se continue dando atenção aos muitos polos de comércio do Estado de São Paulo, como é o caso do Brás, onde predomina o comércio de confecções. Ele lembrou a dirigentes da Alobras o projeto do Circuito de Compras de São Paulo, desenvolvido em sua gestão na Prefeitura da Capital e que acabou engavetado com o fim do seu governo. A proposta previa interligar os principais polos comerciais do centro de São Paulo – Brás, Sé, Bom Retiro e Santa Ifigênia, que faturam cerca de R$ 3 bilhões por mês e empregamaproximadamente 137 mil pessoas. Cerca de 500 mil pessoas passam por esses polos diariamente.
Com o Circuito, Kassab pretendia organizar o fluxo e o estacionamento de ônibus fretados na cidade, além de vagas para vans e autos. O investimento previsto na época, na forma de concessão à iniciativa privada, era de R$ 400 milhões para obras como a construção de um terminal de fretados de turistas de compras, um shopping de compras populares no Pátio do Pari, um hotel e três centros de apoio ao turista, além de uma linha de ônibus circulares turísticos específicos para ligar os quatro polos.
“Em mais um ano o projeto do Circuito de Compras estaria sendo implementado”, lembra Kassab. “Superadas as fases de projeto e debate sobre a viabilidade, a questão seria apenas de vontade política para fazer.”
