Em palestra no Encontro Democrático, a cientista política Silvia Cervellini explica como é tomada a decisão de voto e os desafios que precisam ser superados pelos candidatos

Para Silvia Cervellini, é preciso fazer com que o eleitor ligue as propostas aos candidatos: “É preciso juntar as ideias às pessoas”

 

Ao tomar sua decisão de voto, o eleitor leva em consideração o grau de risco dessa decisão, a complexidade das informações que recebe e as novidades que a comunicação do candidato traz para ele. Esses são os ingredientes da receita que a especialista em opinião pública Silvia Penteado Cervellini apresentou no Encontro Democrático desta quinta-feira (23), realizado na sede do Espaço Democrático (fundação do PSD para estudos e formação política), em São Paulo.

Cientista política, cofundadora e coordenadora do Delibera Brasil, coletivo de cidadãos que tem o objetivo de fortalecer e aprofundar a democracia brasileira, Silvia foi diretora executiva do IBOPE Inteligência e consultora de negócios da empresa na unidade de São Paulo.

No evento – que integra a série de encontros promovidos pelo Espaço Democrático para debater temas relevantes à sociedade brasileira – Silvia procurou mostrar os caminhos a serem percorridos, para chegar à preferência dos eleitores, pelos candidatos concorrentes nas eleições deste ano, que ocorrem num ambiente de muita polarização e com pouco tempo para exposição e debate de propostas (45 dias no total, com apenas 35 de horário gratuito na TV).

Coordenado pelo economista Luiz Alberto Machado, o debate desta quinta-feira foi transmitido em tempo real pela página do Espaço Democrático no Facebook (veja aqui) e teve também a participação dos cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt.

Considerando os ingredientes usados pelo leitor para tomar a decisão de voto, Silvia Cervellini destacou a importância de, em sua comunicação com os eleitores, os candidatos transmitirem suas propostas de forma simples e clara, partindo do que chamou de “ideias-força”. Ou seja, temas de interesse direto do eleitor, com os quais ele já esteja familiarizado e preocupado.

Ressalvando também a necessidade de se fazer com que o eleitor ligue as propostas aos candidatos – “é preciso juntar as ideias às pessoas” – a especialista em opinião destacou a clareza e a concisão como essenciais na comunicação. “As estatísticas mostram que 64% da população brasileira estão no máximo na faixa de alfabetismo elementar, ou seja, têm dificuldade para entender textos e gráficos e o desafio é vencer essa barreira”, disse.