Neste Dia Internacional da Mulher, no domingo (8), o País pode comemorar o crescimento do número de empresárias. O Brasil tem hoje quase 5,7 milhões de empreendedoras, o que representa 8% das mulheres do País. O cálculo é da Serasa Experian e significa que 43% dos donos de negócios, na soma de todas as regiões, são do sexo feminino. O estudo aponta, também, que a idade média das empreendedoras é de 44 anos. A Serasa Experian é parte da Experian, líder mundial em serviços de informação, fornecendo dados e ferramentas de análise a clientes ao redor do mundo.
Do total das empresas ativas no Brasil, 30% tem mulheres como sócias, sendo que 59% das mulheres empreendedoras estão no grupo “Donos de Negócios”, que engloba pequenos e médios empresários, e 11% delas estão no grupo “Elites Brasileiras”, que representa adultos acima de 30 anos, com alta escolaridade e que desfrutam de elevado padrão de vida.
Do total de empreendedoras do Brasil, 73% são sócias de micro ou pequenas empresas. O percentual sobe para 98,5% quando contabilizadas, também, as empresas do tipo Micro Empreendedor Individual (MEI). Mais de 1,3 milhão de mulheres brasileiras são sócias de MEI. Por outro lado, apenas 0,2% das mulheres empreendedoras do Brasil são sócias de grandes empresas, sendo que mais da metade delas pertence ao grupo Elites Brasileiras.
Outro levantamento, da Global Entrepeneurship Monitor, indica que a presença das mulheres vem crescendo desde 2006 – naquele ano, apenas 9,4% dos indivíduos que abriram seus negócios eram mulheres. Considerando-se apenas as 20 nações mais ricas do mundo (o G20), o Brasil lidera. A maior parte das empreendedoras (58%) investiram até R$ 10 mil para abrir a empresa, capital considerado pequeno em termos globais.
Por sua vez, pesquisa do Instituto Endeavor mostra que elas têm mais cautela na hora de empreender. A mulher prefere se arriscar em um setor que já conhece, seja por formação acadêmica, seja por experiência profissional. Enquanto os homens se concentram em áreas mais tradicionais (como a indústria, por exemplo) e preferem inovar na criação de produtos – há bem mais registros de patentes feitos por empresas “masculinas” –, as mulheres inovam no processo produtivo (como a implementação de novas técnicas de marketing e de recursos humanos). Por serem mais sutis, esses avanços têm mais dificuldade em obter financiamento. “É preciso que as instituições de fomento aprendam a lidar com o jeito diferente de fazer negócios das mulheres”, diz a pesquisadora Amisha Miller.