Conforme a pesquisa, a situação é mais grave para quem mora em casa: 67% dizem ter ficado sem água alguma vez nos últimos 30 dias. Entre os moradores da capital que vivem em apartamentos, o índice é de 26%

 

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha mostra que a falta de água já atinge a maioria da população da cidade de São Paulo. O levantamento, realizado na última sexta (17) e publicado pela Folha de S.Paulo nesta segunda (20), aponta que 60% dos paulistanos dizem ter ficado sem água em casa em algum momento nos últimos 30 dias.

A pesquisa mostra pela primeira vez que mais de metade dos paulistanos ficou sem água. Segundo o jornal, nas pesquisas anteriores, em junho e agosto, os índices foram de 35% e 46%, respectivamente.

De acordo com o Datafolha, três em cada quatro atingidos disseram que, na última vez em que o problema ocorreu, a interrupção foi de mais de seis horas.

Conforme o jornal, a situação é mais grave para quem mora em casa: 67% dizem ter ficado sem água alguma vez nos últimos 30 dias. Entre os moradores da capital que vivem em apartamentos – que geralmente são atendidos por uma caixa-d’água maior – o índice é de 26%.

A pesquisa, com 804 entrevistas, tem margem de erro de quatro pontos percentuais e foi feita 12 dias após o primeiro turno das eleições.

Os cortes de abastecimento têm sido percebidos tanto de dia como à noite: 56% disseram que a última interrupção ocorreu à noite e 40%, que o corte foi de dia.

A pesquisa também aponta que a falta de água já está disseminada entre os mais pobres – 65% da população com renda familiar inferior a cinco salários mínimos disse ter sofrido corte de abastecimento nos últimos 30 dias.

Entre os mais ricos, o índice cai pela metade: 32% dos que têm renda familiar superior a dez salários mínimos apontaram o problema.

A diferença se traduz nos hábitos que a população afirma ter mudado para poupar água. Ao todo 51% dos mais pobres dizem ter deixado de usar máquina de lavar roupas, ante 28% dos mais ricos.

Entre os mais pobres, a maioria diz estar reutilizando água (82%) e ter deixado de lavar calçadas (89%). A adesão dos mais ricos a essas medidas foi menor – 59% e 68%, respectivamente.

Os ricos se destacam no quesito lavagem do carro: 76% deles dizem ter abdicado do hábito, ante 54% dos mais pobres.

Apesar do engajamento, há pessimismo em relação ao futuro da crise hídrica: 88% dos paulistanos acreditam que a cidade corre grande risco de ficar longos períodos sem água nos próximos meses, e 91% acham que a população de forma geral ainda será muito prejudicada.