Aeroporto do município da Grande São Paulo abriga 195 pessoas que fugiram da crise humanitária no país asiático. “Estamos em alerta máximo novamente, não conseguimos lidar sozinhos com toda essa demanda”, alerta o prefeito Guti (PSD)

O prefeito Guti e o secretário Fábio Cavalcante; “Estamos em alerta máximo”

 

 

Redação Scriptum com Prefeitura de Guarulhos

 

Dois meses após ter solicitado o apoio do governo federal, o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), voltou a pedir a ajuda da União para o atendimento aos refugiados afegãos que chegam ao aeroporto do município da Grande São Paulo. Desde domingo (27), 195 afegãos estão acampados no Terminal 2 do aeroporto, entre adultos, crianças, idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Em junho último, após um surto de sarna, a prefeitura encaminhou 170 refugiados do país asiático para abrigos em Praia Grande, no litoral Sul do Estado. “Estamos em alerta máximo novamente, não conseguimos lidar sozinhos com toda essa demanda, que não é e nunca foi uma responsabilidade nossa”, afirma Guti.

De acordo com o prefeito, a cidade realiza, por meio do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, o primeiro atendimento e o cadastro dos afegãos. A administração municipal solicita vagas para o acolhimento dos refugiados aos governos estadual e federal e às instituições parceiras, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados da ONU (Acnur). “Enquanto eles estão no aeroporto, nós também trabalhamos a segurança alimentar dos refugiados, com café da manhã, almoço e janta, além de entregarmos água e cobertores. Tudo isso é um gasto não previsto no orçamento da cidade há mais de um ano”, ressalta Guti.

O aeroporto internacional de Guarulhos é o único no território nacional que recebe voos do Afeganistão. Por conta disso, a cidade já atendeu no posto humanizado 4.562 refugiados, entre janeiro de 2022 e 22 de agosto de 2023. “Recebemos promessas de solução para o problema, mas até agora não tivemos retorno efetivo. Temos previsão de abrir novas vagas na cidade com uma verba do governo federal, mas a situação está longe de ser resolvida”, explica o secretário municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Fábio Cavalcante.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, desde o final dos anos 1970, quando o Afeganistão foi invadido pela antiga União Soviética, cerca de 2,3 milhões de pessoas tiveram de deixar o país. Em 2021, a crise afegã foi agravada pela ofensiva militar que resultou no retorno do grupo extremista Talibã ao poder.