O ex-deputado federal Guilherme Campos, que foi líder da bancada do PSD na Câmara e presidente interino do partido, é o novo presidente dos Correios. A sua nomeação pelo presidente Michel Temer foi publicada na edição desta quinta-feira (9) do Diário Oficial da União.
Em suas primeiras entrevistas como presidente dos Correios, Campos destacou que um dos focos de sua gestão será a recuperação da confiabilidade dos serviços da empresa, bastante prejudicada nos últimos anos. Segundo disse, em seus contatos com funcionários da estatal pode perceber que eles têm muito a oferecer e querem voltar a se orgulhar da estatal, que chegou a ser uma das instituições mais confiáveis do País.
Campos reconheceu, porém, que enfrentará grandes desafios. Ao portal de informações G1, ele disse que a estatal está em situação financeira delicada após um rombo de R$ 2,1 bilhões em 2015. Revelou ainda que os recursos para o andamento normal da empresa estão acabando. “Em setembro acabou o dinheiro. É a informação que eu tenho, não é oficial, mas é a informação que eu tenho. Dizem que é 11 de setembro”, afirmou.
Ele lembrou que só a partir desta quinta-feira terá acesso às informações oficiais da estatal, mas que desde o convite para o cargo em meados de maio já vinha tendo algumas informações sobre a situação da empresa e tendo contato com servidores. Questionado pelo G1 sobre como poderia equacionar a situação da estatal em curto e médio prazo, Campos disse que ainda não tem um plano traçado, mas que as medidas emergenciais são cortar custos e conquistar novas receitas.
Sobre a possibilidade de o governo Temer abrir o capital da empresa para conseguir novas receitas, Guilherme Campos disse que não será responsável por esta decisão. “Esta pergunta tem que ser feita ao Temer. O que ele determinar eu cumpro”, explica.
Outro dos desafios da nova gestão é lidar com a data-base dos funcionários, que será em agosto. São 36 sindicatos que representam os funcionários.
Por causa da situação financeira ruim, ele descartou posse oficial nos Correios. “Não vai ter posse. A situação da empresa é muito ruim. Uma posse solene não seria adequada ao momento da empresa”, disse Guilherme Campos.
Perfil
Guilherme Campos, de 54 anos, assumiu a presidência interina do PSD quando Gilberto Kassab assumiu o Ministério das Cidades. Exerceu dois mandatos de deputado federal e foi vice-prefeito de Campinas, entre 2005 e 2007, no primeiro mandato de Hélio de Oliveira Santos (PDT). Se filiou ao PSD em 2011. Também exerceu o cargo de Secretário Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Campinas (2005-2006).