Walter Ioshi visita comunidades nipo-brasileiras do interior para planejar comemoração da chegada dos primeiros imigrantes. Um dos eventos será a visita de um integrante da família real do Japão

Deputado Federal Walter Ihoshi Foto: Douglas Reis

Dedicado a preservar os valores das comunidades nipo-brasileiras do interior do Estado de São Paulo, o deputado federal Walter Ihoshi (PSD-SP) passou as últimas semanas em uma peregrinação por cidades paulistas. Depois de visitar 30 entidades culturais nipo-brasileiras da região Noroeste do Estado, Ihoshi esteve em Bauru nesta semana, onde concedeu entrevista ao Jornal da Cidade.

Segundo ele, a visita às entidades culturais é parte do planejamento para a comemoração dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil, a ser celebrada em 2018. Entre os eventos que estão sendo programados, uma possibilidade é que alguma região seja visitada por um membro da Família Imperial japonesa.

Acompanhada pelo presidente da Federação das Associações Culturais Nipo-Brasileiras da Noroeste, Shinichi Yassunaga; pelo ex-prefeito de Andradina e membro da Federação, Jamil Akio Ono; e assessores, o deputado também falou sobre outros temas na entrevista ao jornal bauruense. Veja a seguir os principais trechos.

JC – Qual é o objetivo dos encontros realizados na região Noroeste?

Walter Ihoshi – O objetivo principal é continuar preservando a força de nossas comunidades nipo-brasileiras. É um trabalho que fazemos em todos os anos para manter contato e conhecer as demandas dessas associações que promovem a cultura japonesa e fazem o intercâmbio com a sociedade brasileira. Neste ano, o foco é festividade do ano que vem.

Por conta da comemoração dos 110 anos, há alguma programação diferenciada?

Sim. A comemoração dos 110 anos da imigração japonesa acontecerá concomitantemente ao Festival do Japão – considerado o maior evento da cultura japonesa -, em julho de 2018. Esse é um festival muito grande, onde são apresentadas nossa cultura e gastronomia para milhares de pessoas. O destaque é a presença de um membro da Família Imperial que virá ao Brasil para a comemoração.

Como será realizada a comemoração na região de Bauru?

Cada entidade fará sua própria comemoração. Caso haja uma visita na região Noroeste, as atividades das entidades serão, na ocasião, realizadas na cidade escolhida. As principais apostas são Promissão, que completa o centenário da colonização no próximo ano, e Araçatuba, sede da Federação das Associações Culturais Nipo-Brasileiras da Noroeste.

O senhor é autor de um projeto de lei que prevê o fortalecimento do Brasil no mercado internacional. Como essa proposta poderá ajudar municípios como Bauru e o Interior Paulista?

O projeto de lei de minha autoria objetiva que as pequenas e médias empresas exportadoras possam ampliar sua participação no comércio internacional. Esse projeto, que ainda está em trânsito, prevê a criação de uma nova modalidade para que essas empresas consigam crédito. As empresas exportadoras da região, como produtores de café, agropecuárias e demais que se esforçam para exportar, seriam beneficiadas pelo projeto.

Como o senhor avalia a Reforma Tributária?

Minha luta pela redução de impostos de medicamentos vai ao encontro da Reforma Tributária. Acredito que essa luta é muito boa para a saúde pública. Inclusive, estarei fazendo eventos, junto ao deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), em São Paulo, para que ele mostre ao setor de saúde os benefícios que essa nova Reforma poderá trazer.

E quanto à Reforma da Previdência?

Temos alguns projetos que estão sendo desenhados, inclusive a Reforma da Previdência. Acho muito difícil a atual base conseguir aprovar essa reforma. Acredito que a tributária, da forma como vem sendo desenhada, talvez seja a mais adequada para o Congresso Nacional poder se manifestar nesse momento.

O PSD votou favoravelmente ao fundo partidário bilionário para campanhas eleitorais. Comente.

Houve uma polêmica e a sociedade não conseguiu entender, mas foi uma solução necessária. Uma saída que o Congresso encontrou para poder fazer uma campanha eleitoral razoável e passar a limpo essa situação. Quando um parlamentar fala em tirar dinheiro da saúde e da educação para direcionar ao fundo eleitoral, realmente, não é correto. Mas o que foi aprovado é a retirada de dinheiro de bancadas e outros recursos, como tempo de propaganda em televisão, em anos não eleitorais.

E como o senhor vê a Reforma Eleitoral?

Hoje, o eleitor, quando vota, não sabe muito bem em qual partido está votando, portanto, os partidos estão enfraquecidos. Acredito que tivemos um tímido avanço após a Reforma Política que conseguimos aprovar. Para mim, o melhor modelo, seria o distrital misto, em que o eleitor pode escolher o melhor candidato dentro de sua região e vota em um partido do qual se identifica.