Presidente da CPI de maus-tratos, Ricardo Izar (foto), diz que instituto recebeu recursos do Ministério da Ciência antes de se credenciar junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea).
Izar: repasse de verbas ao Instituto Royal foi irregular

Izar: repasse de verbas ao Instituto Royal foi irregular

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga casos de maus-tratos a animais realizou, nessa quinta-feira (8), a terceira reunião para tomada de depoimentos dos envolvidos no caso do Instituto Royal, a empresa de São Roque (SP) especializada em pesquisas com animais que foi invadida por ativistas em outubro de 2013. Ao final, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), presidente do colegiado, afirmou não haver mais dúvidas de que o repasse de verbas para pesquisas ao instituto tenha sido feito antes do credenciamento da entidade junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea).

“Ficou comprovado, portanto, que a liberação do Ministério da Ciência foi irregular. Agora, as providências sugeridas pelo colegiado serão incluídas no relatório final”, ressaltou.

A reunião também voltou a abordar a proibição do uso de animais em testes farmacêuticos. “Queremos o banimento integral dessa prática na produção de cosméticos. Nos casos de medicamentos, existem métodos que substituem o uso de animais. Vários países já adotam essa prática e nosso objetivo é que o modelo seja aplicado também aqui no Brasil”, explicou Izar.

O relatório final da CPI deve ser entregue, de acordo com o parlamentar, em dezembro. Segundo ele, além de apontar indiciamentos, o texto também deverá apresentar propostas para o aprimoramento da legislação voltada à causa animal.

Foram ouvidos os depoimentos da diretora científica do Instituto Royal e representante da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) no Concea, Ingrid Taricano; o presidente da Cristália Farmacêutica, Ogari Pacheco; e o ex-secretário do Ministério da Ciência, Luiz Antônio Barreto de Castro.