O programa Internet para Todos, que vem sendo implantado pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, foi destacado nesta terça-feira (20) em editorial do jornal O Estado de S. Paulo. O texto lembra que o acesso à rede mundial de computadores é considerado por dirigentes empresariais e por economistas um dos fatores-chave para o País ganhar produtividade e assegurar o crescimento sustentado.
Veja a seguir a íntegra do editorial de O Estado de S. Paulo:
Objetivo é a universalização da banda larga
Considerado por dirigentes empresariais e por economistas um dos fatores-chave para o País ganhar produtividade e assegurar o crescimento sustentado, o acesso à internet de banda larga fixa será estendido a municípios que ainda não dispõem desse serviço. Isso será feito pelo programa Internet para Todos lançado pelo governo. O Mapa Estratégico da Indústria (2018-2022), elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), colocou como desafio elevar o índice de acesso a esse serviço de 38,5% para 55% do total de domicílios. O programa do governo prevê a conexão de 2.260 municípios à internet de banda larga, como sugerido pela CNI, mas com características mais avançadas – banda mais ampla e acelerada –, propiciadas pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), em órbita desde 2017.
Esta não é a primeira vez que o governo promete universalizar a internet no País, meta não alcançada pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), de 2010, no governo Lula, nem pelo programa mais amplo, o Brasil Inteligente, anunciado em 2016 pelo governo Dilma. Além de empecilhos burocráticos, a escassez de recursos é citada como motivo para os programas não decolarem.
Desta vez, a ampliação da oferta desse serviço com o uso do satélite geoestacionário objetiva proporcionar banda larga mais rápida – com velocidade “40 vezes superior à que existe hoje”, segundo o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab – e a um preço que equivale a um terço do atualmente cobrado. Para isso, o governo espera que os municípios – o total pode chegar a 2.593 – formalizem sua adesão ao programa. A instalação das antenas começará em maio, e a expectativa é de instalação de 200 por dia.
O serviço será assegurado a 7 mil escolas públicas neste ano e 20 mil até 2019. Todos os postos de saúde e hospitais públicos do País também disporão de internet de banda larga e poderão compartilhar diagnósticos com qualquer centro médico.
O monitoramento por satélite das porosas fronteiras nacionais não é oficialmente considerado prioritário, mas deve absorver 30% da capacidade do satélite. Esse monitoramento dará maior eficiência ao combate às atividades criminosas na fronteira, como contrabando e tráfico de drogas e armas, lembrou o ministro da Ciência e Tecnologia.